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Quase metade dos estudantes brasileiros tem desempenho menor que o adequadoBrasil cai em ranking mundial de educação e está entre os piores desempenhos Matrículas nas escolas estaduais de Minas começam hojePara o professor Cláudio Márcio Magalhães, doutor em educação e pesquisador do Centro Universitário Una, os resultados da pesquisa são um reflexo do momento que o país vive.
Para Magalhães, é necessária uma política pública para o setor e não apenas ações pontuais. “É preciso considerar a educação como prioridade nacional. Não é valorizar professor e sala de aula, se o aluno não tem como chegar à escola”, acrescenta. “Talvez essa queda seja uma coisa boa, para que ninguém se reconforte com uma pontuação de 0,2 ou 0,3 acima da obtida na edição anterior do programa”, sugeriu. Quanto à estabilização de Minas Gerais dentro do cenário nacional, Cláudio foi lacônico: “É como se destacar dentro daquilo que está ruim, ou seja, ser menos ruim”.
José Francisco Soares, integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), considerou que o resultado ressaltou problemas da educação brasileira. “O quadro que o Pisa apresenta é o mesmo que conhecemos por meio do Enem e da Prova Brasil aqui no país: nosso sistema de educação está em dificuldades para garantir o direito de aprender da criança e do jovem.
DIFERENÇAS A pesquisa apontou ainda grande diferença nas notas entre as redes públicas (federal, estadual e municipal) e privada de ensino no país. Em ciências, por exemplo, a média da rede federal foi de 517 pontos, seguida pela particular, com 487. As redes estaduais tiveram média de 394 e as municipais, 329. A média dos países-membros da OCDE é de 493 pontos.
GÊNERO Além das discrepâncias entre as notas das escolas, a pesquisa recorta a diferença de desempenho entre meninos e meninas. Elas tiveram um desempenho menor do que o dos meninos em ciências e matemática. Já em leitura, meninas tiveram desempenho superior. De acordo com o relatório do programa e especialistas em educação, a diferença se deve ao comportamento e estereótipos de gênero.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Educação de Minas Gerais, mas a assessoria de imprensa informou que ainda não havia analisado os dados divulgados pela OCDE .
Ideb mostra estagnação
Em setembro deste ano, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2015 apontou que a qualidade do ensino médio estagnou no Brasil nos últimos quatro anos. A marca de 3,7, a mesma desde 2011, ficou distante da meta de 4,7.