O Enem será aplicado pela primeira vez em dois domingos consecutivos – até o ano passado, o teste ocorria em um único fim de semana, com provas no sábado e no domingo. Agora, no próximo dia 5 os participantes farão, durante cinco horas e meia, as provas de redação, linguagens e ciências humanas. No dia 12, durante quatro horas e meia, será a vez dos testes de matemática e ciências da natureza. A edição deste ano teve 7.603.290 inscritos, superando a expectativa do Ministério da Educação, de 7,5 milhões de inscrições. Do total, 660.797 são de Minas.
Nas ciências humanas, a prova do Enem exige historicamente do aluno uma reflexão de temas e conceitos que envolvem o entendimento de processos históricos, geográficos e sociais, que são mutáveis, segundo o coordenador do ensino médio e do ensino fundamental II da unidade Carlos Prates do Coleguium, Judson Lima Bernardino. “Dessa forma, o candidato deverá ter uma visão reflexiva de certos conceitos-chave, como democracia, cidadania, direitos humanos, crises econômicas, problemas ambientais, relações de trabalho e cultura. Uma atenção especial deve ser dada aos temas relativos ao Brasil, bem como as contradições geradas pelo modelo de desenvolvimento adotado na contemporaneidade.”
EQUILÍBRIO O conselho da professora Leila Rodrigues vale para qualquer uma das provas: “Se ficar nervoso, faça exercícios de respiração. Feche os olhos e respire fundo, soltando o ar bem devagar. Lembre-se do motivo pelo qual você está ali e tente retomar o equilíbrio”. Segundo ela, é fundamental não perder tempo escolhendo questões para resolver. O recomendado é seguir a sequência e marcar aquelas nas quais se tem dúvida para fazer depois. “Assim, o aluno não corre o risco de terminar o tempo e precisar chutar várias questões sem nem ler o enunciado”, diz. “Se sobrarem questões em branco no fim da prova, faça um chute consciente. São cinco opções, 20% de chance de acerto. Se fizer por eliminação, suas chances de acerto aumentam.”
Segundo a professora, importante também é não deixar para passar todas as questões para o gabarito no fim. “São muitas, e o participante pode se confundir e, se demorar muito para notar o erro, acaba preenchendo muitas lacunas incorretas. Passe para o gabarito as que você já tiver certeza de que sabe a resposta, logo depois de responder à questão”, aconselha.
Fazer uma boa leitura da questão pode ajudar a encontrar a resposta no próprio enunciado. No mais, diz Leila, é aproveitar bem o tempo de prova. “Não há mal algum em ficar entre os últimos a sair. Só tome cuidado para não faltar tempo. Se acabar a prova e tiver um tempinho, é bom fazer uma breve revisão antes de passar as questões para o gabarito.”
Aluno do 3º ano do colégio Unimaster, no Bairro Buritis, Região Oeste de BH, Daniel Vilela Farage de Carvalho, de 17 anos, vai encarar o Enem de olho em uma vaga de direito. O primeiro dia do exame engloba o que ele considera suas áreas fortes. Nesta reta final, o estudante se dedica a revisar conteúdos, reler resumos feitos ao longo do ano e fazer exercícios, rotina que pretende manter até sexta-feira. No sábado, vai assistir a um aulão on-line. Daniel fez as duas edições prévias como treineiro e acredita que a avaliação manterá as linhas anteriores. “É uma prova que cansam muito. O ideal é fazer as matérias em que se sente mais confortável. Por isso, no primeiro dia começo por humanas. E as questões mais difíceis eu pulo. O importante é, acima de tudo, ter tranquilidade”, afirma.
Para o professor de língua portuguesa Carlos Hebert Andrade, do Colégio Marista Dom Silvério, a prova não tem mistérios para quem teve boa formação ao longo da vida escolar: “O candidato que teve o hábito da leitura e um certo domínio das regras gramaticais aplicadas ao texto conseguirá, de forma mais segura, interpretar e analisar as questões das quatro áreas do Enem”.
Na próxima terça-feira, o EM traz uma revisão para as provas do dia 12, das áreas de matemática e ciências da natureza.