Jornal Estado de Minas

Matrículas dos aprovados no Sisu começam hoje


Fim da expectativa para milhares de estudantes país afora. Começam hoje as matrículas dos aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em 130 instituições públicas. Os calouros têm até quarta-feira da semana que vem para fazer os registros acadêmicos e garantir a vaga. Os resultados foram divulgados ontem. No caso da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o processo é todo feito pela internet. Candidatos não aprovados já podem se inscrever na lista de espera.

A consulta está disponível na página do Sisu (sisu.mec.gov.br). Este ano, são ofertadas 239.716 vagas em 100 instituições federais, das quais 61 universidades, dois centros de educação tecnológica, uma faculdade e 36 institutos federais de educação, ciência e tecnologia. Participaram do Sisu também 30 instituições estaduais – 22 universidades, um centro universitário e sete faculdades.

Quem não tiver sido aprovado na chamada regular tem até 7 de fevereiro para manifestar interesse em participar da lista de espera. O processo também é feito na página do programa. A convocação desses candidatos pelas instituições será feita a partir do dia 9 do mês que vem.

Informações como as notas máximas e cursos e universidades mais procurados ainda não foram divulgadas. Mas na lista de ontem é possível ver que na UFMG a nota em medicina diminuiu em relação ao ano passado, quando foram necessários pelo menos 811,7 pontos para a aprovação na modalidade ampla concorrência. A nota máxima foi 857,64. No Sisu 2018, o mínimo para o curso foi 796,18 e o máximo, 851,52 pontos. A menor nota, 776,96 pontos, foi na modalidade 2 das cotas (candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado o ensino médio em escolas públicas).

Para Beatriz Lobo Filgueiras de Miranda Gomes, de 18 anos, moradora do Bairro Santa Rosa, na Pampulha, a hora é de comemorar.
Ela passou no curso de química tecnológica da UFMG um ano depois de se formar no ensino médio do Colégio Dona Clara, no bairro homônimo, também na Pampulha. Para a mais nova caloura, a expectativa pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi mais difícil que a espera pelo resultado. “Pelas notas de corte dos anos anteriores, é possível ter uma ideia se dá para entrar ou não. A emoção foi grande, pois eu corria o risco de não passar na primeira chamada e ir para a lista de espera”, diz. Para Beatriz e a família, é hora de colher os frutos de uma preparação intensa: “Deixei de sair nos fins de semana. Até formatura de amigo eu perdi para estudar, pois cada minuto conta”. Ela pretende fazer a matrícula hoje.

Terceiro lugar no curso de química também na UFMG, Arthur Del Rio Abreu Rosa, de 17, conta que também sentiu falta de um tempo só para ele. “Tive que me dedicar muito para conseguir.
Deixei de aproveitar momentos com família e amigos, mas valeu a pena”, afirma. Morador de Sabará, começava cedo a rotina para sair da cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte e chegar ao Colégio Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de BH. “Saí da prova do Enem muito apreensivo, pois os professores comentaram que essa foi uma das edições mais difíceis. Sabia que minha nota seria definida em função da redação e essa era a única que não tinha noção de como tinha ido”, lembra. A ansiedade de Arthur ainda não acabou: “Acho que a ficha só vai cair quando eu puser os pés na universidade”.

A universitária Camila Siqueira Araújo, de 19, também ficou por conta de cursinho no ano passado. Ex-aluna do Colégio Militar de BH, passou um ano no pré-vestibular Elite e foi aprovada em terceiro lugar no curso mais disputado da UFMG, a medicina, na modalidade 4 das cotas (candidatos que, independentemente da renda, tenham cursado o ensino médio integralmente em escola pública). “Valeu a pena para priorizar algumas matérias e entender o funcionamento do Enem. Lidar com isso foi muito importante, além de equilibrar o estudo com o tempo livre, para não ficar o tempo todo pensando em Enem e vestibular”, relata. Aprender a “fórmula” do Enem foi decisivo também em redação. “Não é uma mágica, mas há um modelo a ser seguido e cujos aspectos são valorizados, como citar conhecimento de outras áreas.
Antes, eu nunca tinha chegado a 900 pontos. Desta vez, tirei 980 na redação.”

 

NÃO PERCA O PRAZO

Até 7/2:
Matrícula da chamada regular e prazo para participar da lista de espera

9/2:
Convocação dos candidatos em lista de espera pelas instituições a partir dessa data

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