No Brasil cerca de 56% dos estudantes que ingressaram em uma universidade acabaram desistindo no meio do caminho ou trocaram de curso no decorrer da graduação.
No Sudeste, para os 1.028.206 ingressantes, 558.551 universitários desistiram do curso alcançando a porcentagem de 54,3%. Ou seja, mais da metade dos ingressantes abandonam a faculdade antes da hora.
Os dados, divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), com base no Censo de Educação Superior, apontam que mais de 1.392.470 estudantes passaram por situações de instabilidades com a vida universitária, entre os anos de 2010 e 2015.
Entre os motivos de desistência apontadas por especialistas estão a mudança de universidade, não identificação com o curso, dificuldades financeiras ou até mesmo pela necessidade de mudar de turno.
Para a modalidade EAD os dados indicam que a taxa de desistência é ainda maior, alcançando 61%, enquanto que para o presencial representa 54,5%.
No início da pesquisa, no ano de 2010, foram 24.603 alunos matriculados em 2.209 instituições do ensino superior. Das desistências, 58,3% eram de alunos de instituições privadas e 44,7% da rede pública.
Os cursos que sofrem maior desistências pelos alunos estão para a área Administração (182.591), Direito (128.728), Pedagogia (100.743), Ciências Contábeis (59.002), Enfermagem (43.429), Serviço Social (34.498) e Ciências Contábeis (59.002).
Um fator interessante observado na pesquisa é que a maior taxa de desistência do curso ocorreu quando esses universitários estavam no segundo ano do curso, representando 16,7%. No primeiro e no terceiro ano, o índice foi de 10%. Já o menor índice de abandono 3,5% acorreu no último ano do curso.
A estudante Renata Vitória faz parte da lista dos que já desistiram de um curso de graduação na rede particular de ensino. Na metade do segundo semestre do curso de Nutrição, ela resolveu mudar. "Não me identifiquei com a área e também percebi que não era algo que queria trabalhar futuramente", conta. Hoje, Renata comemora a total afinidade com o curso de Fisioterapia. "Me identifiquei muito com essa área apesar de estar ainda no segundo período", acrescenta.
Já os estudantes contemplados com programas governamentais de apoio desistem com menos frequência dos cursos. Um levantamento feito pelo Semesp – Excelência a Serviço do Ensino Superior apontou que dos alunos que foram contemplados pelo Fies apenas 34% desistiram, já no universo de beneficiados pelas bolsas do Prouni, a desistência subiu para 37.
Outro programa que ajuda alunos a não abandonarem os estudos por falta de recursos financeiros é o Educa Mais Brasil, programa de bolsas de estudo que oferta 70% de descontos nas mensalidades, ajuda financeira relevante para não desistir do sonhado diploma. "No cenário atual do país, com desemprego em alta e instabilidade econômica, o programa é uma ótima alternativa para economizar e conseguir ter acesso e se manter estudando. Ao ser contemplado, o estudante utiliza o desconto concedido sem ter que acumular dívidas futuras", destaca a diretora de Expansão e Relacionamento do Educa Mais Brasil, Andréia Torres.