Mais um diagnóstico confirma o estado crônico no qual se encontra a educação brasileira. Ontem, o Ministério da Educação (MEC) divulgou os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2017. No ensino médio, nenhum estado do país atingiu a meta, superada apenas nos anos iniciais do ensino fundamental. Nos anos finais desse ciclo, apenas sete alcançaram o índice proposto para este ano. Minas Gerais, além de não fazer parte desse seleto grupo, ganhou destaque nacional por ser o único a registrar queda em relação à edição anterior da avaliação.
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Modelo de educação básica fracassa nas escolas do BrasilTransparência na Gestão pública auxilia cidadãos a combaterem a corrupçãoMaioria dos estudantes não aprende português e matemática nas escolas mineirasCom nota baixa no Ideb, Minas tenta melhorar ensino e diminuir evasão escolarMEC define idades para a entrada no ensino infantil e fundamental, mas polêmica persisteApenas 63,5% dos jovens com até 19 anos concluíram o ensino médio no BrasilEm Minas, escolas particulares também estão abaixo da meta de desempenhoEm Minas, houve crescimento de 0,2 ponto, saindo de 3,7 em 2015 para 3,9 este ano. O Ideb é uma iniciativa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao MEC, para medir o desempenho do sistema educacional brasileiro a partir da combinação entre a proficiência obtida pelos estudantes no Saeb e a taxa de aprovação, indicador que tem influência na progressão dos estudantes entre etapas/anos na educação básica. Ele tem uma escala que vai de 0 a 10 e é feito a cada dois anos.
O país segue melhorando seu desempenho nos anos iniciais do ensino fundamental, alcançando em 2017, um índice igual a 5,8. A meta proposta foi superada em 0,3 ponto. Oito estados alcançaram um Ideb maior ou igual a 6: Minas Gerais (6,5), São Paulo (6,6), Espírito Santo (6), Ceará (6,2), Paraná (6,5), Santa Catarina (6,5), Goiás (6,1) e Distrito Federal (6,3). Ceará, Alagoas e Piauí apresentaram os maiores crescimentos no período.
Os resultados do Ideb mostram que, apesar de o país ter melhorado seu desempenho nos anos finais do ensino fundamental, alcançando, em 2017, um índice igual a 4,7, a meta proposta, de 5, não foi atingida. Além de não atingir a média prevista, Minas Gerais caiu 0,1 ponto, saindo há dois anos de 4,8 para 4,7, em 2017.
A presidente-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, ressalta que por essas últimas avaliações é possível verificar que em meio ao cenário alarmante se observam reações de algumas redes de ensino e melhoras significativas, até mesmo no ensino médio. “Mas, apesar de ter um dos sistemas de avaliação educacional mais robustos do mundo e de haver redes de ensino consolidando bons resultados, o Brasil ainda não consegue transformar evidências em políticas educacionais de maneira estratégica”, destaca. “O país precisa de um plano estratégico para efetivar mudanças estruturantes na educação básica pública de maneira sistêmica, uma vez que uma única medida, mesmo bem implementada, não consegue promover o salto de qualidade e equidade que precisamos. O Brasil precisa de educação já”, adverte.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação lembrou que, nos anos iniciais, a rede passou de 6,1 (2015) para 6,3 (2017).
Também por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação afirmou que vem trabalhando para melhorar a qualidade da educação ofertada na rede estadual de ensino em todos os níveis. Entre as medidas planejadas para reduzir as desigualdades e melhorar o aprendizado dos estudantes está o investimento em formação dos professores de matemática e língua portuguesa..