Nesta semana, milhares de estudantes brasileiros se candidatam às 235 mil vagas ofertadas pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU) 2019. Se o processo seletivo abre portas para 129 instituições públicas de ensino brasileiras, a inscrição só é possível com a participação no Exame Nacional do Ensino Médio, que é aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) desde 1998 e, há pelo menos 15 anos, é usado como critério para a concessão de bolsas de estudo do Programa Universidade para Todos (Prouni).
O Exame Nacional do Ensino Médio mudou a vida de Roberto Paim. Durante a sua infância, ele não teve referências de pessoas que se dedicassem aos estudos na sua família - poucos conseguiram concluir o ensino médio. Por esse motivo, mais novo, Roberto era um jovem sem muitas perspectivas. "Eu achava que depois do ensino médio eu iria trabalhar no comércio da minha cidade e ficaria por ali", assume.
A inscrição em ambos os programas - Sisu e ProUni - se tornou uma possibilidade concreta para Roberto, logo após concluir o 3º ano do Ensino Médio e ser surpreendido com a pontuação obtida no exame. "Eu não tinha um preparo específico, me dividia entre a escola e o trabalho, então tinha que prestar muita atenção nas aulas. Sempre gostei de ler muito, acho que a leitura me ajudou bastante mesmo minha primeira nota na redação foi 920 pontos", relembra orgulhoso.
Exceto em 2015 e 2017, Paim confirmou participação em todas as edições do Enem desde 2011. No ano seguinte, garantiu uma bolsa de estudos integral por meio do Prouni para a faculdade de Jornalismo e exercer a atual profissão de jornalista. Em 2016, outra boa nota permitiu a aprovação em Letras Vernáculas e a realização do sonho de estudar em uma instituição de ensino federal a Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Assim como Paim, quase 100 milhões de brasileiros já participaram do Enem desde a implementação. Em 2018, foram 5,5 milhões de inscritos distribuídos entre as cinco regiões do Brasil: Sudeste (36,6%), Nordeste (32,8%), Norte (11,2%), Sul (11,0%) e Centro-Oeste (8,5%). "O Enem realmente mudou a minha vida. Hoje eu sou um profissional, trabalho com o que eu me preparei por quatro anos na faculdade. Sem o exame, eu não poderia tentar o Prouni, que me ajudou a custear os meus estudos", avalia.
Financiamento e Universidade em Portugal
A participação no exame também permite a contratação do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) por meio do Governo Federal ou de instituições financeiras além de permitir estudar em 37 universidades de Portugal. Quase dois mil estudantes já foram beneficiados com os convênios firmados entre o Inep e as instituições de ensino portuguesas, segundo informações recentes do Ministério da Educação (MEC).