Em agosto do ano passado, muita gente conheceu a sua aparência: rosto cadavéricos com traços femininos, olhos grandes assustadores, cabelos pretos e corpo de pássaro. Conhecida como Momo, a "boneca", surgiu em números perfis de whatsapp com supostas previsões assustadoras. Agora, de acordo com relatos na internet, a boneca Momo aparece em vídeos infantis populares na plataforma YouTube Kids, interrompendo as imagens e dando ordens para que os pequenos cometam atos de automutilação.
A psicóloga e pós-graduanda em Neuropsicologia, Flávia Brandão Bomfim, explica que as crianças são um público-alvo "fácil", além de possuírem dificuldade em saber diferenciar os limites de determinados conteúdo. "As crianças possuem muito tempo livre e, na maioria das vezes, utilizam os aplicativos da internet sem nenhum tipo de monitoramento do pais. Vale ressaltar também que esses desafios são bem elaborados, chamam atenção. E as crianças não sabem diferenciar o que é uma brincadeira boa da ruim", destaca a especialista.
Também pesquisadora da área de educação, a psicóloga acredita que – além das famílias – o espaço escolar precisa oferecer constantemente ensinamentos e exemplos de como os alunos devem fazer uso da internet. "Acredito que depois desse jogo os pais vão prestar mais atenção no que os filhos assistem e o que fazem na internet. E o papel da escola é estar sempre conscientizando os jovens para os benefícios e malefícios das redes sociais", ressalta a psicóloga Flávia.
Órgãos de fiscalização de alguns estados começaram a reagir com ações contra a inserção da boneca em conteúdos infantis.