Estudantes e professores realizam uma das maiores manifestações dos últimos anos em Belo Horizonte. O protesto é contra os cortes de verba na educação pública, anunciados pelo MEC.
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Os manifestantes usam a hashtag #15M para marcar os protestos e voltam a entoar o grito de junho de 2013, "vem pra rua".
Manifestantes saíram também do Centro Federal de Ensino Tecnológico (Cefet-MG) e do campus da UFMG na Pampulha em direção à Praça da Estação, onde foi programada a manifestação geral.
Os estudantes empunharam cartazes em defesa da educação pública, com frases como "Contra o retrocesso", "Esse ano eu vou formar", "Lutei pra entrar, vou lutar pra ficar", "Tira a mão do meu futuro", "Universidade não é balbúrdia".
Professores e estudantes também apontaram como os cortes impactam na descontinuidade das pesquisas. De acordo com a lei orçamentária (LOA), estavam previstos R$ 215 milhões para UFMG e os cortes podem chegar a cerca de R$ 64,5 milhões.
Um grupo de indígenas também participou da passeata, alguns com rostos pintados e cocares.
Na altura da Praça Sete, uma garoa caiu sobre a região, sem afetar os manifestantes, que cantaram: "pode chover, pode molhar. Pela ciência eu não paro de lutar".
O trânsito foi fechado em uma das pistas da Avenida das Andradas para chegada da passeata à Praça da Estação. Veículos foram desviados para a Rua Tupinambás.
Milhares de manifestantes chegaram à Praça da Estação por volta de 11h e ocuparam os arredores. "Nós vamos fazer esse país pegar fogo contra a reforma da previdência e contra os cortes na educação", gritou uma líder do Sind-REDE BH, do alto do caminhão de som.
Em seguida, os manifestantes tomaram o pirulito da Praça Sete, no Centro. O trânsito foi interrompido nos dois sentidos da Avenida Afonso Pena e da Avenida Amazonas.
Da Praça Sete, o protesto seguiu para a Praça Raul Soares. Os manifestantes lotaram a Avenida Amazonas, sentido Cidade Industrial.
Houve um início de tumulto envolvendo um motorista, que tentou passar com o carro na rua são Paulo com Amazonas, furando a passeata. O homem foi chamado de 'bolsominion' e a PM teve de intervir para controlar os ânimos.
Segundo os organizadores, a manifestação atraiu 200 mil pessoas.
Como em toda manifestação grande como essa, houve espaço para outras reivindicações. No pirulito, uma bandeira foi levantada em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em março de 2018. O crime não foi esclarecido até hoje. Também apareceu uma faixa de protesto contra a PEC que tramita no Congresso Nacional para reformar a Previdência.
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