Comemorado no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador é uma data usada para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. Nessa mesma data, em 1886, milhares de trabalhadores protestavam em Chicago contra as condições desumanas de trabalho e a enorme carga horária pela qual eram submetidos (13 horas diárias). A greve paralisou os Estados Unidos. No dia 3 de maio, houve vários confrontos dos manifestantes com a polícia que resultaram dezenas de mortos. As manifestações e os protestos realizados pelos trabalhadores ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket.
Em 20 de junho de 1889, em Paris, a central sindical chamada Segunda Internacional instituiu o mesmo dia das manifestações como data máxima dos trabalhadores organizados, para, assim, lutar pelas 8 horas de trabalho diário. Em 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas e proclamou o dia 1° de maio como feriado nacional. Muitos anos depois, o Brasil e diversos países adotaram essa carga horária de trabalho e consideraram essa data como feriado nacional para celebração do dia do Trabalho ou do Trabalhador. Os Estados Unidos até hoje se negam em reconhecer essa data.
A Revolução Industrial e o horror da exploração do trabalho
A revolução industrial alterou o modo de produção conhecido pela humanidade desencadeando um novo processo de relações econômicas e sociais. A expropriação dos camponeses e o estímulo à migração para áreas urbanas levaram as pessoas a procurarem nas fábricas como a única opção de sobrevivência.
No entanto, a expectativa criada geralmente era frustrada, pelas péssimas condições de trabalho, com altas jornadas de trabalho e controle de segurança. A baixa remuneração exigia do trabalhador a inserção de toda a sua família, incluindo mulheres e crianças, no trabalho para a garantia da sobrevivência. Os sindicatos eram proibidos.
Havia nessas indústrias condições desumanas e degradantes, eram comuns acidentes de trabalho e problemas sérios de saúde gerados pela alimentação deficiente, o cansaço, a insalubridade e o esforço exagerado que era exigido dos trabalhadores nas fábricas. Lembrando que durante esse período não existia nenhuma legislação de garantia dos direitos do trabalhador, ou seja, cada fábrica criava suas próprias regras, sempre visando o máximo lucro.
Karl Marx em "O capital" descreve um panorama completo do trabalho infantil existente nas fábricas inglesas:
[...] milhares de braços tornaram-se de súbito necessários. [...] Procuravam-se principalmente pelos pequenos e ágeis. [...] Muitos, milhares desses pequenos seres infelizes, de sete a treze ou quatorze anos foram despachados para o norte. Foram designados supervisores para lhes vigiar o trabalho. Era interesse destes feitores de escravos fazerem as crianças trabalhar o máximo possível, pois sua remuneração era proporcional à quantidade de trabalho que deles podiam extrair. (...) Começaram então a prática do trabalho noturno, revezando, (...) a turma do dia pelo da noite o grupo diurno ia se estender nas camas ainda quentes que o grupo noturno ainda acabara de deixar, e vice e versa. Todo mundo diz em Lancashire, que as camas nunca esfriam. (1988, p. 875-876)
Somente em 1919 é criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com a atribuição de estabelecer garantias mínimas ao trabalhador e, também, evitar a exploração do trabalho de crianças. A partir daí, houve uma longa luta que perdura até hoje, dos movimentos de classe para reivindicação dos direitos e melhorias das condições do trabalho.
Artigo do Percurso Pré-vestibular e Enem.