Temos a natural tendência de pensarmos que somos especiais no Universo, o que não é verdade. É a vontade de encontrar seres inteligentes no cosmos, com os quais poderíamos manter relações de amizade. Sabemos que o Universo cósmico é formado de bilhões de Galáxias, e que cada Galáxia contém bilhões de planetas.
Podemos verificar nos manuais , que a Terra não ocupa o centro do nosso sistema solar. Que o nosso sistema solar não está no centro da nossa Galáxia e nem a nossa Galáxia, a Via Láctea, está no centro do Universo. Portanto, a posição de nossa Terra não ocupa nenhum lugar privilegiado no cosmos. Para entendermos como essa ideia transformou a humanidade, se esse texto fosse escrito na Idade Média, seus autores seriam acusados de heresia e provavelmente seriam mortos na fogueira.
Os biólogos descobriram que cada ser vivo na Terra é composto de mais de 90% de sua massa, de apenas quatro elementos químicos: hidrogênio (H), oxigênio (O), carbono (C) e nitrogênio (N). Esses quatro elementos e mais o hélio (He) e o neônio (Ne) fazem parte da lista dos seis elementos mais abundantes do Universo, sendo que o hélio e o neônio não combinam com quase nada. Logo, a vida terrestre é quase toda formada pelo ingredientes mais presentes e quimicamente ativos nos cosmos.Outros elementos químicos que compõe a massa da maioria da vida como conhecemos somam, na totalidade, menos de 1%. São eles: o fósforo (P), que é o mais importante e, em menores quantidades, o enxofre (S), o sódio (Na), o magnésio (Mg), o cloro (Cl), o potássio (K), o cálcio (Ca) e o ferro (Fe).
Sabe-se que o nosso planeta é composto principalmente de oxigênio, ferro, silício e magnésio, e suas camadas mais externas são, na sua maior parte de oxigênio, silício, alumínio e ferro. Destes elementos, apenas o oxigênio aparecer na lista dos elementos mais abundantes para a vida. Verificando os oceanos da Terra, que são quase inteiramente de hidrogênio e oxigênio, é surpreendente que a vida liste o carbono e o nitrogênio entre seus elementos mais presentes, em vez do cloro, sódio, enxofre, cálcio ou potássio, que são elementos mais comuns, dissolvidos na água marinha. Como resultado, os elementos para existência da vida existem mais nos cosmos do que no nosso próprio planeta - um bom motivo para aqueles que esperam encontrar vida em outros planetas.
Se a vida terrestre fosse composta de elementos raros no cosmos, como o nióbio, o bismuto, o gálio e o plutônio, aí sim, teríamos um forte razão para acreditar que poderíamos ser especiais, e talvez, estarmos sozinhos no universo. Portanto, a composição química na Terra nos inclina a acreditar em possibilidades de vida em outros planetas, vidas essas formadas de elementos iguais aos usadas pela vida no nosso planeta. É claro que essas formas de vida podem ser, também, mais exóticas do que conhecemos ou podemos prever.
Com os avanços da tecnologia, como o COBE, WMAP e HUBBLE, os astrofísicos conseguem deduzir, em sistemas estrelares, o período orbital de planetas, o seu tamanho, a massa mínima, a forma e sua distância média em relação ao seu sol. Esses dados aumentam o otimismo dos especialistas em encontrar planetas na Via Láctea onde a vida teria uma possibilidade maior de se desenvolver. A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) afirma que a descoberta da vida extraterrena vai ser descoberta nos próximos 20 anos com a ajuda do sucessor do HUBBLE, o JWST(James Webb Space Telescope) que poderá detectar a atmosfera dos planetas.
De uma coisa podemos ter certeza, o ser humano não desistirá e está avançando cada vez mais para decifrar esse enigma. Vai chegar o dia em que vamos descobrir que não estamos mais sozinhos e que a vida existe em formas quase incontáveis no universo.
Antônio Aníbal Chaves é Físico e Matemático e Renato Ribeiro é professor de Física do Percurso Pré-vestibular e Enem.