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Estado de Minas ENERGIA LIMPA

Chegada da eletricidade melhora em até 91,2% a qualidade de vida das famílias

Pesquisa do Ministério das Minas e Energia mostra que renda e produtividade também aumentam


postado em 10/08/2012 17:32 / atualizado em 13/08/2012 10:35

Geralda Ana de Freitas perdeu até o sono quando passou dois meses sem energia em casa(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Geralda Ana de Freitas perdeu até o sono quando passou dois meses sem energia em casa (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

A aposentada Maria do Carmo de Rezende, de 74 anos, levou uma vida inteira até conseguir comprar a casa própria. Há dois anos, ela saiu de Itaúna, Região Centro-Oeste de Minas, e se mudou para a nova moradia, localizada na zona rural de Mateus Leme, na porção central do estado. Mas a alegria de ser proprietária do imóvel onde mora durou pouco, porque a sua casa, como outras existentes no povoado para onde se mudou, o Alto Boa Vista, não era servida com energia. Foram dois anos sem usar os eletrodomésticos trazidos de Itaúna: televisão, geladeira, liquidificador e até uma antena parabólica, que foi instalada na frente da casa e ficou ali como enfeite, esperando que a residência fosse conectada à rede de energia, no fim do ano passado, por meio do programa Luz para Todos, do governo federal.

“Morei aqui muito tempo sem energia. Quando a luz veio, foi uma alegria medonha para nós”, resume Maria do Carmo. Antes da conexão, o banho em casa era tomado na base da caneca, com água esquentada no fogão a lenha. O noticiário televisivo, de que ela tanto gosta, foi deixado de lado e a solução foi comprar um radinho de pilhas para ouvir as notícias. A aposentada ainda guarda carinhosamente a lamparina a querosene que era usada no tempo da escuridão. E lembra que, sem energia, já jogou muito feijão fora porque, com o calor, o produto azedava. “Em Itaúna, eu estava acostumada com a luz. Quando cheguei aqui, a noite me abafava. Faltava compouco eu ficar doida (sic)”.

Pesquisa do Ministério das Minas e Energia (MME) mostra que antes da chegada da energia elétrica, as principais fontes do insumo para iluminar os ambientes e para cozinhar em residências sem o serviço eram principalmente lenha e carvão (para fazer comida) e lamparinas e velas (como fontes de iluminação). A mesma pesquisa aponta que, com a chegada da luz, a qualidade de vida melhorou 91,2% e as condições de moradia, 88,1%. Também houve impacto de 35,6% na renda familiar, as oportunidades de trabalho cresceram 34,2%, a área de plantio aumentou 21,3% e a produtividade agropecuária, 24,4%. O fornecimento de energia ainda teve como consequência o aquecimento da demanda por eletrodomésticos, em especial TVs e geladeiras.

Piora no sono
Geralda Ana de Feitas mudou-se para o Alto Boa Vista em agosto do ano passado e passou os meses de setembro e outubro sem energia elétrica porque não estava conectada à rede. O micro-ondas novo, que ela tinha comprado pensando na mudança para a casa nova, ficou encostado. O espremedor de frutas que ganhou de presente, também. Acostumada a dormir com a TV ligada por causa da apneia – desordem do sono caracterizada pela suspensão da respiração –, ela perdeu o sono de vez. Mas a realidade mudou quando sua residência foi conectada à rede elétrica pelo programa Luz para Todos. De acordo com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), entre 2004 e 2011 foram ligadas 283.733 propriedades nos 774 municípios que compõem a área de concessão da companhia em Minas. Os investimentos somaram R$ 2,9 bilhões no estado nesses sete anos. Em 2011, foram R$ 246,4 milhões.

Segundo o MME, desde 2003, quando o programa foi lançado, até junho de 2012, a energia elétrica já tinha chegado a quase 3 milhões de lares, beneficiando 14,5 milhões de pessoas. A meta inicial era de 2 milhões de moradias. No mês passado, o programa entrou em nova fase, que vai até 2014. A ideia é priorizar o atendimento aos beneficiários do plano Brasil sem Miséria, pessoas residentes em áreas do Territórios da Cidadania ou em áreas de distribuidoras de energia elétrica cujo atendimento tenha impacto tarifário mais elevado. Continuarão sendo atendidos assentamentos rurais, comunidades indígenas, quilombolas, comunidades de reservas extrativistas, escolas, postos de saúde e poços de água comunitários.

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