Mudanças de hábito em casa e em setores que podem ser diretamente afetados pela falta d’água. A temperatura subiu, as férias chegaram, os clubes estão cheios, com uso intensivo de piscinas, chuveiros e descargas. Lidar com essa demanda em tempos de crise requer estrutura para não prejudicar os negócios e garantir o lazer dos sócios. O maior dos clubes de Belo Horizonte, o Minas Tênis I, na Região Centro-Sul, implantou uma série de ações para economizar e dar prioridade à palavra reúso. A água das piscinas é toda reaproveitada e nada é jogado fora. O centro de lazer tem uma estação de tratamento em funcionamento 24 horas para garantir o abastecimento e a qualidade.
“O máximo que perdemos é com evaporação”, afirma o gerente de engenharia do Minas, Ilídio Salgado Brandão. Para se ter uma ideia da demanda, para encher apenas uma piscina olímpica, são necessários 2,25 milhões de litros d’água. A lavagem dos filtros do sistema é feita semanalmente e nem mesmo essa água suja vai ralo abaixo. O que sai do processo conhecido como retrolavagem vai para um reservatório de acumulação e é bombeado para a irrigação de jardins no período noturno e para as quadras de tênis.
Controle de vazão e pressão também é feito em todas as torneiras e chuveiros das instalações. A unidade II acabou de receber um reservatório para coleta de água pluvial, que será usada na irrigação de áreas verdes. “Temos buscado alternativas para minimizar o máximo possível o desperdício. Ou investimos ou o insumo faltará”, ressalta Brandão.
IMPACTOS
Veterinária e dona dos salões da Dog’s Shop, Grazielle Lopes Capelo Drummond teme reflexos nos negócios, no longo prazo. Medidas contra o desperdício e para reduzir o consumo foram adotadas internamente, entre os funcionários. Uma das orientações é não deixar a torneira aberta, em hipótese alguma, enquanto ensaboam os cães. Mas, entre os clientes, a consciência não deu sinais. Por isso, a diminuição na frequência dos banhos ainda não é sentida, a não ser pelo fato de muitos clientes estarem de férias, fora da cidade.
Os impactos já são sentidos, segundo ela. Segunda-feira, diante da falta de água no Bairro Buritis, na Região Oeste de BH, Grazielle precisou desmarcar todos os clientes. “Havendo políticas de redução de consumo, com certeza teremos de tomar medidas também. Nosso padrão, por exemplo, é tosar e dar banho, para finalizar o trabalho. Pode ser que mudemos, que venham tosas mais simplificadas, com máquinas, para o cão ficar com menos pelos e o dono dar menos banhos.”