Araçuaí e Minas Novas – Um dos símbolos do Jequitinhonha, os mercados municipais são importantes tanto para o lazer quanto para a economia do sertanejo do Vale. As bancas de madeira abarrotadas de grãos e frutos típicos, como o pequi, e as carnes serenadas penduradas em ganchos de ferro atraem uma multidão, sobretudo, nas manhãs de sábado.
Ela trabalha ao lado da mãe, Maria de Lourdes, de 47, e da avó, Maria dos Anjos, de 64. “Antes havia o escambo. As pessoas trocavam mercadorias. Deixavam um saco de farinha, por exemplo, e levavam um pote de doce de leite. Agora há o cartão. E as vendas subiram mais ou menos 30% em relação ao ano anterior”, calculou Maria de Lourdes.
Os mercados ainda funcionam como cartão-postal para que turistas conheçam a gastronomia e o tradicional artesanato do Jequi. As peças de barro, como gamelas e bonecos, funcionam como ímã para os olhos de visitantes. Os preços módicos negociados na região se tornam aviltantes quando o artesanato é levado por comerciantes que o revende nas metrópoles.
Por isso, associações de artesãos do Vale tentam colocar seus produtos nos grandes centros urbanos, sem a presença de atravessadores. “Estamos negociando com o pessoal do Palácio das Artes, em Belo Horizonte”, revelou Cleide Aparecida Santos, representante dos artesãos de Araçuaí.
Em Minas Novas, os artesãos reúnem os trabalhos num espaço provisório cedido pela prefeitura. Os objetos aguardam a obra de reforma do Sobradão, o primeiro arranha-céu do país, erguido no século 19, para voltar a ocupar a sala em que os trabalhos eram exibidos.
Tanto em Araçuaí quanto em Minas Novas, o vaivém de consumidores nas manhãs de sábado resulta em engarrafamentos de pessoas. Em outros mercados, contudo, o espaço vive às moscas. Mas este tema é assunto da próxima reportagem.