Um animal de estimação que não necessita de colo, não faz barulho e é bem exótico. As cobras, por mais independente que sejam, precisam de cuidados. O primeiro deles é relacionado à licença necessária para criação, seguido da alimentação e cuidados especiais com a troca de pele.
Segundo Pablo Pezoa, veterinário de animais silvestres e não convencionais da Zoovet, atualmente existem poucos criatórios de cobras no Brasil e muitas das espécies comercializadas não pertencem à fauna brasileira, sendo importadas ilegalmente. Para obter a licença junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os interessados devem criar um projeto técnico e submetê-lo ao órgão, ressaltando o interesse e manejo das serpetes.
As serpentes realizam a troca de pele, chamada de ecdise, e durante esse processo, que ocorre de quatro a cinco vezes no ano, o animal não deve ser manipulado nem receber alimentação. 'É necessário colocá-la em uma superfície dura, por exemplo, tijolo ou pedra, para que ela possa se esfregar, aumentar a umidade do local, seja com um umidificador de ambiente ou borrifando água no animal. É importante acompanhar a troca de pele, pois ela deve sair por inteiro. Se começar a soltar por pedaços, processo chamado de disecdise, é porque tem algum problema e é necessário levá-la ao veterinário', observa Pablo.
Quem tem interesse em adquirir uma cobra deve se atentar quanto à alimentação. “Esses animais se alimentam de roedores. Então, o dono tem que comprar ratos, hamsters e porquinhos-da-índia, por exemplo, para que dê a alimentação correta. Esses bichos são encontrados vivos, em pet shops, ou congelados e embalados a vácuo por empresas especializadas. Nessa última opção, os donos devem colocá-los no micro-ondas antes de oferecer o alimento para a serpente.” A alimentação é realizada uma vez por semana ou a cada 15 dias. 'É aconselhável ficar atento à defecação para saber quando é a hora de oferecer alimentação novamente', explica Pablo.