Desde filhotes, os cães estão sujeitos a contrair diversas doenças. Algumas delas, além de serem transmitidas entre os cães, podem ser transmitidas também para os seres humanos, como é o caso da leptospirose. A vacinação é a melhor maneira de proteger o cão e, consequentemente, assegurar o bem-estar e a saúde da família. Uma vez protegido, o cão corre riscos menores de sofrer com doenças graves e que podem ser letais. Veja abaixo algumas destas doenças:
- Cinomose: É uma doença grave provocada por um vírus e que pode acometer cães de qualquer idade. Não é uma zoonose, ou seja, não é transmitida para os seres humanos, mas é extremamente contagiosa, sendo facilmente transmitida de um cão para outro. “Por isso, é altamente recomendável que o animal não tenha contato com outros cães antes de estar imunizado”, explica a médica-veterinária Gabriela Rosa, Gerente Técnica de Animais da Companhia da Boehringer Ingelheim Saúde Animal. O cão infectado pode apresentar sintomas muito variados, tais como: febre, falta de apetite, vômitos e diarreia, secreção ocular e nasal, tosse, dificuldade respiratória, além de sinais neurológicos como convulsão, dificuldade para caminhar e mioclonias (tremores musculares). A taxa de mortalidade da cinomose é bastante alta, podendo chegar a 80% em filhotes. Alguns cães, mesmo recuperados da doença, podem sofrer com sequelas para o resto da vida.
- Parvovirose: Assim como a cinomose, a parvovirose também é causada por um vírus e não é transmissível aos seres humanos. A doença acomete mais comumente filhotes, especialmente até os 6 meses de idade. “Embora a taxa de sobrevivência com o tratamento adequado seja alta, a doença é bastante grave e pode demandar semanas de internação e tratamento intensivo”, explica a médica-veterinária Gabriela Rosa. A doença deprime bastante o sistema imunológico dos cães acometidos, que podem morrer em decorrência de sepse (infecção generalizada). Alguns sintomas são similares aos da cinomose como febre, falta de apetite e vômitos. A diarreia relacionada à parvovirose costuma ser muito mais grave e de caráter profuso, havendo inclusive perda de sangue pelas fezes. Sem tratamento, a taxa de mortalidade pode chegar a 90%.
- Hepatite Infecciosa Canina (HIC): Também causada por um vírus, a doença acomete o fígado dos cães, assim como acontece na hepatite de seres humanos. No entanto, a doença não é uma zoonose, ou seja, o vírus é específico de cães. Os filhotes são mais suscetíveis à infecção e quando contraem a doença ainda muito jovens, acabam vindo a óbito com muito mais frequência. Os sintomas incluem febre alta, vômitos, diarreia e mucosas amareladas (da gengiva e da conjuntiva). Sinais de sangramento e sintomas neurológicos também podem ocorrer devido à disfunção hepática.
- Coronavirose: A doença leva esse nome porque é causada pelo coronavírus. Geralmente, não leva a sinais graves em cães adultos, mas em filhotes, a infecção conjunta com outros vírus, como o da parvovirose ou cinomose, pode levar a um quadro grave e até fatal. Os sintomas mais comuns são diarreia, que pode variar de leve à moderada, perda de apetite e vômitos.
- Parainfluenza: O vírus é um dos responsáveis pela traqueobronquite infecciosa canina, popularmente conhecida como tosse dos canis. A doença afeta principalmente o trato respiratório: mucosa nasal, traqueia e brônquios, resultando num quadro respiratório manifestado por sintomas como: tosse, secreção nasal e ocular, perda de apetite e letargia, podendo em casos mais graves evoluir para uma broncopneumonia.
- Adenovírus Tipo II: Também é um agente que pode estar presente na tosse dos canis. Assim como o parainfluenza, este vírus causa problemas respiratórios, e os sintomas incluem tosse seca e alta, bem como espirros constantes. Febre, secreções nasais e apatia também são sinais comuns.
- Leptospirose: Esta doença é uma zoonose, ou seja, acomete animais e seres humanos. A leptospirose é causada por um gênero de bactérias chamado de Leptospira. O rato é o principal transmissor da doença e a via de contágio é através da água e comida contaminadas com a urina de animais infectados. A doença é grave, podendo acometer órgãos como o fígado e os rins. Os sinais clínicos mais comuns são febre alta, perda de apetite, vômito e diarreia, mucosas amareladas (gengiva e conjuntiva), urina escura e sangramentos O estado do animal pode deteriorar muito rápido e mesmo após recuperação pode ficar com sequelas relacionadas ao acometimento dos rins e fígado.
Gabriela Rosa reforça ainda que os animais devem receber um primeiro ciclo de vacinas (primovacinação) a partir das 6 semanas de vida, e a revacinação anual com uma única dose é recomendada para manter os cães sempre protegidos. “Além disso, o tutor deve levar o cão ao médico-veterinário pelo menos uma vez ao ano para um check-up geral. Ao prevenir infecções por meio da vacinação periódica, o tutor protege o seu cão e a família como um todo*”, explica a especialista.