Em uma de suas criações mais recentes, inaugurada em janeiro de 2008 em Havana, Niemeyer eterniza sua contestação à política dos Estados Unidos. O monumento, uma estrutura de 9,5 toneladas de aço que representa um monstro com a boca aberta em frente a um homem empunhando a bandeira cubana é, segundo ele, sua homenagem ao povo daquele país "na defesa da soberania contra o monstro imperialista”.
A relação do arquiteto comunista com os EUA sempre foi conturbada. Em repulsa à Guerra do Vietnã, desligou-se da Academia Americana de Artes e Ciências, em 1970. Em outra ocasião, tentou um visto de entrada ao país, o que foi negado. Quando perguntou ao funcionário da embaixada a razão da recusa, soube que eram as mesmas de 20 anos antes, quando havia sido impedido de lecionar na Universidade de Yale. Oscar Niemeyer ficou feliz por não ter mudado no que julgava essencial.
Independente de qualquer motivação ideológica, o traçado de Niemeyer também ficou eternizado na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque - mesmo sendo em um trabalho coletivo. O conjunto de prédios, de 1947, é um misto de propostas do brasileiro com o arquiteto suíço Le Corbusier, à época o mais consagrado profissional do mundo. Vale lembrar que Niemeyer, num gesto solidário e pouco visto no meio, modificou seu projeto, já vitorioso, e o incrementou com as ideias do colega.
Em Belo Horizonte, Niemeyer protagonizou uma cena que surpreendeu a quem estava na reinauguração da Casa do Baile, em 2002. No centro da construção foi colocado um painel branco, no qual o arquiteto deveria rabiscar as linhas famosas que representam o Conjunto Arquitetônico da Pampulha. Pequenino, lá foi ele até o painel e desenhou as formas elegantes dos principais prédios do conjunto. E aí, com um risinho irônico nos lábios e com seu ar debochado, assinou: “Fora Bush”. Em uma frase, o sentimento de toda uma vida.
A relação do arquiteto comunista com os EUA sempre foi conturbada. Em repulsa à Guerra do Vietnã, desligou-se da Academia Americana de Artes e Ciências, em 1970. Em outra ocasião, tentou um visto de entrada ao país, o que foi negado. Quando perguntou ao funcionário da embaixada a razão da recusa, soube que eram as mesmas de 20 anos antes, quando havia sido impedido de lecionar na Universidade de Yale. Oscar Niemeyer ficou feliz por não ter mudado no que julgava essencial.
Independente de qualquer motivação ideológica, o traçado de Niemeyer também ficou eternizado na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque - mesmo sendo em um trabalho coletivo. O conjunto de prédios, de 1947, é um misto de propostas do brasileiro com o arquiteto suíço Le Corbusier, à época o mais consagrado profissional do mundo. Vale lembrar que Niemeyer, num gesto solidário e pouco visto no meio, modificou seu projeto, já vitorioso, e o incrementou com as ideias do colega.
Em Belo Horizonte, Niemeyer protagonizou uma cena que surpreendeu a quem estava na reinauguração da Casa do Baile, em 2002. No centro da construção foi colocado um painel branco, no qual o arquiteto deveria rabiscar as linhas famosas que representam o Conjunto Arquitetônico da Pampulha. Pequenino, lá foi ele até o painel e desenhou as formas elegantes dos principais prédios do conjunto. E aí, com um risinho irônico nos lábios e com seu ar debochado, assinou: “Fora Bush”. Em uma frase, o sentimento de toda uma vida.