Jornal Estado de Minas

Dilma oferece Palácio do Planalto para velar Niemeyer

O corpo do arquiteto Oscar Niemeyer, que faleceu na noite desta quarta-feira no Rio de Janeiro, será velado no Palácio do Planalto, em Brasília. A viúva do artista, Vera Lúcia Niemeyer aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff, que cedeu o espaço para render as últimas homenagens ao artista que projetou toda a cidade.

Antes da família confirmar ter aceitado a oferta, o sobrinho do arquiteto, Paulo Niemeyer, que trabalha como médico no Hospital Samaritano, onde o tio faleceu, disse que a família recebeu com satisfação o convite. “Vamos tentar fazer algo que renda a homenagem que ele merece”, disse. Ele adiantou que o enterro, certamente, será no Rio de Janeiro, já que Oscar era 'carioca da gema'.

O Palácio do Planalto é, em Brasília, uma das obras mais célebres do revolucionário arquiteto que projetou a cidade na década de 50, a pedido do então presidente Jucelino Kubitscheck. Visionário, o presidente quis levar para o planalto central a sede do governo federal, antes abrigada no Rio de Janeiro. Para isso, convocou um artista com visão ainda mais vanguardista que a dele.

Por meio de nota, a presidente Dilma Rousseff lamentou a morte do arquiteto Oscar Niemeyer. "Poucos sonharam tão intensamente e fizeram tantas coisas acontecer como ele", afirmou.

A presidente lembrou frases importantes do arquiteto e disse que o país perdeu um dos seus gênios.

Confira a íntegra do comunicado:


“A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem”, dizia Oscar Niemeyer, o grande brasileiro que perdemos hoje. E poucos sonharam tão intensamente e fizeram tantas coisas acontecer como ele.

A sua história não cabe nas pranchetas. Niemeyer foi um revolucionário, o mentor de uma nova arquitetura, bonita, lógica e, como ele mesmo definia, inventiva.

Da sinuosidade da curva, Niemeyer desenhou casas, palácios e cidades. Das injustiças do mundo, ele sonhou uma sociedade igualitária. “Minha posição diante do mundo é de invariável revolta”, dizia Niemeyer. Uma revolta que inspira a todos que o conheceram.

Carioca, Niemeyer foi, com Lúcio Costa, o autor intelectual de Brasília, a capital que mudou o eixo do Brasil para o interior. Nacionalista, tornou-se o mais cosmopolita dos brasileiros, com projetos presentes por todo o país, nos Estados Unidos, França, Alemanha, Argélia, Itália e Israel, entre outros países.
Autodeclarado pessimista, era um símbolo da esperança.

O Brasil perdeu hoje um dos seus gênios. É dia de chorar sua morte. É dia de saudar sua vida.

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil"

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