O setor da beleza ainda conta com grande percentual de informalidade em todo o estado. Não há números oficiais sobre os profissionais que trabalham por conta própria, mas, segundo dados do Sebrae, nos últimos cinco anos mais de 70 mil profissionais, entre cabeleireiros e profissionais da estética se formalizaram em Minas Gerais. Os primeiros passos rumo à regulamentação do negócio passam pela qualificação profissional.
Como em diversos segmentos da economia, a escassez da mão de obra qualificada é uma queixa do setor da beleza, e ao mesmo tempo um diferencial para profissionais que investem na própria carreira e na capacitação como ponto de partida para começar um novo negócio.
Em Belo Horizonte, tem crescido a oferta de cursos, tanto de capacitação como de especialização para os profissionais da beleza em suas diversas segmentações. Depois de trabalhar por 16 anos na divisão comercial da empresa L’Oréal no Brasil e observar as queixas do segmento, Luciano Maciel deixou o emprego se tornou um empreendedor. Há um ano e meio ele abriu, no Bairro de Lourdes, uma franquia do Instituto L’Oréal Professionnel, que oferece cursos de formação básica e de especialização para maquiadores e cabeleireiros. “Durante anos de trabalho, convivi muito de perto com os salões de beleza e percebia que a maior queixa do setor era a dificuldade para se encontrar mão de obra qualificada”, diz Luciano.
Satisfeito com o negócio, que carrega marca tradicional no setor da beleza, ele comenta que a demanda dos novos alunos tem crescido à medida que a escola se torna conhecida. “Já recebemos alunos para cursos vindos até do Norte do país. Muitos já terminam a formação empregados em grandes salões.” Segundo o empreendedor, o retorno esperado para seu investimento é de cerca de três anos.
“Desde o ano passado foi aprovada nova norma da ABNT para o setor da beleza, onde é exigido que o profissional tenha um certificado, o que faz aumentar a demanda pela formação e ajuda a qualificar os serviços prestados pelo setor”, comenta Luciano.
Renda
Coordenadora do eixo de moda e beleza do Senac, Sumeia Mattar acredita que a mão de obra especializada e bem formada tende a ser cada vez mais bem remunerada. “Como muitos profissionais são os gestores da própria carreira, trabalhando como microempreendedor individual, a oferta não é grande, o profissional bem capacitado é disputado.”
O Senac oferece uma gama de cursos de formação, desde cabeleireiros, maquiadores, manicures, até cursos nas áreas de estética. Ela explica que a formação recebida pelos alunos é abrangente. Além do curso técnico, o profissional aprende noções importantes para seu negócio.