A Federação Maranhense de Desporto Escolar iniciou uma investigação para averiguar um possível caso de racismo ocorrido durante uma partida de futsal nos Jogos Escolares de São Luís. A vítima, um aluno do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema), afirmou ter sido alvo de insultos racistas vindos da torcida. O episódio aconteceu no domingo (21), no Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís.
O estudante informou que ouviu gritos e ofensas racistas provenientes da arquibancada, mas não conseguiu identificar os responsáveis devido à quantidade de pessoas presentes e por estar de costas para o público no momento dos ataques. Segundo o aluno, as agressões partiram de torcedores da equipe adversária, pertencente a uma escola particular de São Luís. A escola Upaon-Açu se pronunciou nas redes sociais, afirmando que os árbitros da partida não ouviram nenhum discurso discriminatório de ambas as torcidas, mas irá acompanhar o caso até que tudo seja esclarecido.
A direção do Iema também se pronunciou, repudiando o preconceito sofrido pelo estudante. Após a repercussão do caso, muitas pessoas utilizaram as redes sociais para exigir punições aos envolvidos. A Comissão de Promoção de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Maranhão (OAB-MA) relatou que casos de racismo em ambientes escolares de São Luís têm aumentado, sendo registradas três ocorrências em menos de um mês. Caroline Caetana, da Comissão Igualdade Racial da OAB-MA, explicou que esses casos têm ocorrido com frequência em escolas públicas, mas as instituições privadas também não estão isentas de responsabilidade.
A Secretaria Municipal de Desportos e Lazer (Semdel) também se manifestou, condenando o ataque e informando que o caso está sendo investigado. Romário Barros, secretário de Desporto e Lazer de São Luís, afirmou que uma reunião será realizada na sexta-feira com todos os envolvidos no caso, incluindo representantes das escolas, árbitros e o coordenador da praça esportiva, para apurar o ocorrido.
O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), também comentou o caso nas redes sociais, garantindo apoio ao aluno vítima de racismo e reforçando o combate à discriminação étnico-racial. O episódio ocorre em meio a outro caso de racismo envolvendo o jogador brasileiro Vinicius Junior na Espanha, onde foi chamado de 'macaco' por torcedores durante uma partida entre Valencia e Real Madrid.
A polícia espanhola deteve sete pessoas suspeitas de crimes de injúria racial e ódio contra o jogador. A ONU pediu ações mais efetivas para prevenir e combater episódios de racismo no esporte e nos governos, destacando a necessidade de ouvir atletas afrodescendentes.
A polícia espanhola deteve sete pessoas suspeitas de crimes de injúria racial e ódio contra o jogador. A ONU pediu ações mais efetivas para prevenir e combater episódios de racismo no esporte e nos governos, destacando a necessidade de ouvir atletas afrodescendentes.