A 14 meses dos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, Brigitte Henriques, presidente do Comitê Olímpico e Esportivo da França (CNOSF), anunciou sua renúncia nesta quinta-feira (25/5).
A decisão ocorre em meio a uma crise que já dura mais de um ano, e o Comitê Olímpico Internacional (COI) solicitou que as federações francesas se concentrem na organização dos jogos. Henriques afirmou que não tinha escolha ao renunciar, em um discurso emocionante no salão da on du Sport Français.
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Astrid Guyart, secretária-geral do CNOSF, assumirá como interina até a eleição de um novo presidente nos próximos três meses. A demissão de Henriques marca um novo capítulo para o CNOSF, que enfrenta turbulências há mais de um ano e meio, incluindo denúncias e revelações na imprensa. A crise se agravou após o afastamento de Didier Séminet, aliado de Henriques, em setembro de 2022.
No fim de 2022, Henriques tirou uma licença para descansar, mas o ambiente não melhorou em seu retorno. Ela e Séminet entraram com ações judiciais mútuas, e duas investigações foram abertas pelo Ministério Público de Paris. Uma fonte próxima a Henriques acusa Masseglia de prejudicá-la, como já teria feito com outras mulheres.
Seu advogado, Arash Derambarsh, lamenta a falta de apoio da ministra dos Esportes à sua cliente, vítima de assédio e difamação. A crise no CNOSF preocupa o mundo do esporte francês às vésperas das Olimpíadas de Paris. A ministra Amélie Oudéa-Castéra pediu união e recuperação em um comunicado, afirmando que não há vencedores, mas a possibilidade de uma vitória ética e democrática.
Brigitte Henriques foi a primeira mulher a presidir o CNOSF e já comandou a Federação Francesa de Futebol. O COI instou o movimento olímpico e esportivo francês a focar nos Jogos Olímpicos de 2024, após sua renúncia.