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Estado de Minas PIONEIRISMO

Aretha Duarte: a primeira mulher negra latino-americana a escalar o Everest

A história de superação de Aretha Duarte, que enfrentou desafios e reuniu recursos através da coleta de materiais recicláveis para conquistar o cume do Everest


26/05/2023 14:38 - atualizado 26/05/2023 17:20
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Imagem da Aretha Duarte, escaladora
"Eu estava sozinha, mas não me sentia só. Eu era imparável, pois representava uma legião de pessoas", afirma Aretha (foto: Reprodução/Instagram)


Aretha possui um dom para multiplicar. Quando criança, sua casa de madeira parecia maior, pois ela transformava a rua em seu quintal. Vendendo doces na escola, ela fazia seu dinheiro render. E ao alcançar o pico do Everest, Aretha se multiplicou em milhões, representando diversas pessoas que a acompanhavam em seu feito. No dia 23 de maio de 2021, ela se tornou a primeira mulher negra latino-americana a chegar ao topo do Everest, a montanha de 8.848 metros de altitude situada entre o Nepal e a China.

"Eu estava sozinha, mas não me sentia só. Eu era imparável, pois representava uma legião de pessoas", afirma Aretha, em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo".

Meses antes da expedição, ela trançou seu cabelo, o que acredita ter aumentado a representatividade de sua conquista. Ela recebeu mensagens de apoio de grupos de mulheres e homens negros que praticam atividades ao ar livre, além de professores que relataram o impacto de sua história em crianças na escola. Nascida em Campinas, filha de migrantes pernambucanos, Aretha tem 39 anos. 

Ela é a caçula de três irmãos e cresceu praticando esportes. Descobriu o montanhismo durante a faculdade de educação física, mas logo percebeu que a atividade era cara demais para suas possibilidades financeiras. Mesmo trabalhando como assistente de guia, as montanhas do mundo pareciam distantes.

Em 2019, ao ver uma foto do Everest, Aretha decidiu que faria de tudo para chegar lá. Ela resgatou suas habilidades empreendedoras e traçou um plano: vender material reciclável até juntar o dinheiro necessário para a expedição. Com experiência em alta montanha e condicionamento físico, o que faltava era o recurso financeiro.
Durante 13 meses, Aretha trabalhou arduamente, recolhendo diariamente 500 kg de material reciclável. No total, acumulou cerca de R$ 140 mil com a venda de 130 toneladas de material. No programa do Luciano Huck, ela arrecadou mais R$ 60 mil e, com ajuda de patrocinadores, alcançou os R$ 400 mil necessários.
 
A jornada até o topo do Everest foi repleta de desafios, como queimaduras na córnea, princípio de edema no pulmão e ansiedade. Ainda assim, Aretha persistiu e, no dia 23 de maio de 2021, realizou seu grande sonho, marcando seu nome na história.

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