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Estado de Minas RESPONSABILIDADES

Caso Vini Jr: ataque racista pode impactar contratos patrocínios no esporte

Episódio com jogador brasileiro gera debate sobre responsabilidade das empresas e possíveis mudanças na montagem de contratos de patrocínio no mercado esportivo


29/05/2023 10:42 - atualizado 29/05/2023 15:48
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Imagem do atacante do Real Madrid
Profissionais da área de marketing esportivo acreditam que é necessário adotar medidas mais concretas, como a suspensão imediata de patrocínios (foto: JAVIER SORIANO/AFP)


O recente episódio de racismo sofrido pelo jogador de futebol Vinicius Junior durante uma partida do Campeonato Espanhol no último domingo (21) tem causado grande repercussão no mercado de marketing esportivo. O caso pode representar um marco importante, levando a mudanças na elaboração dos contratos de patrocínio e fazendo com que as empresas adotem uma postura mais ativa em relação à questão racial. 

A sociedade em geral mostrou apoio ao atleta, o que indica que as hashtags e notas de repúdio nas redes sociais já não são mais suficientes para lidar com casos de racismo. Profissionais da área de marketing esportivo acreditam que é necessário adotar medidas mais concretas, como a suspensão imediata de patrocínios. 

O caso de Vinicius Junior pode levar os patrocinadores a incluírem cláusulas que permitam a rescisão do contrato caso um ato racista não seja devidamente combatido. No âmbito esportivo, atletas, treinadores e dirigentes defendem que partidas sejam interrompidas em casos de atos racistas. 

Entretanto, a reação dos patrocinadores varia em função de cada contrato. A preocupação com a reputação e imagem das marcas pode levar à inclusão de cláusulas mais específicas nos contratos, permitindo a rescisão unilateral sem multas. Após o episódio envolvendo Vinicius Junior, o Santander, principal patrocinador do campeonato, divulgou uma nota de repúdio. 

No entanto, a empresa de games EA Sports, futura patrocinadora, não se manifestou sobre o ocorrido. Desde o assassinato de George Floyd em 2020, o discurso antirracista no marketing das grandes empresas tem evoluído, mas ainda há receio de associação das marcas ao debate em casos de grande repercussão.
 
Os consumidores esperam que as empresas tomem posição em casos de racismo. Pesquisa realizada pelo instituto mostra que quase 80% dos entrevistados afirmam que a probabilidade de comprar produtos de uma marca aumenta quando ela se posiciona publicamente contra atos racistas em jogos.
A agência de dados .Map aponta que a mobilização nas redes sociais em defesa do atleta gerou 3,8 milhões de publicações. Por isso, as empresas com políticas de diversidade e inclusão devem se manifestar mesmo em casos não diretamente relacionados a elas, pois os consumidores exigem consistência nas ações. 

Um exemplo disso ocorreu após o assassinato de João Alberto Freitas no estacionamento do Carrefour em 2020, quando fornecedores da rede varejista criaram um movimento de empresas pela equidade racial. O ataque racista sofrido por Vinicius Junior pode, ainda, fortalecer o jogador como referência na luta contra o racismo. 

Marcas como Nike, Puma, Casas Bahia e Betnacional enviaram mensagens de apoio ao atleta. 

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