A Juventus recebeu uma multa de 718 mil euros (aproximadamente R$ 3,8 milhões) nesta terça-feira (30) devido a irregularidades nos pagamentos de salários de jogadores.
O clube conseguiu evitar uma nova retirada de pontos no Campeonato Italiano ao se declarar culpado e chegar a um acordo com a Federação Italiana de Futebol (FIGC). A solicitação de acordo feita pela Juventus e aceita pela FIGC encerra uma série de processos na justiça desportiva envolvendo o clube.
Entretanto, a punição aplicada na semana passada, que resultou na perda de dez pontos por fraudes fiscais nas transferências de jogadores, foi mantida, segundo informações da federação. Além do clube, sete ex-diretores também foram multados, com valores variando entre 10 mil euros (R$ 53 mil) e 47 mil euros (R$ 251 mil).
Andrea Agnelli, ex-presidente da Juventus, solicitou um prazo adicional para tentar chegar a um acordo com a promotoria e aguardará algumas semanas até ser julgado pela federação no caso.De acordo com fontes próximas à família Agnelli, a Juventus aceitou a solução proposta e se comprometeu a não recorrer da decisão, a fim de evitar uma nova retirada de pontos, o que afastaria ainda mais o clube das competições europeias.
A Juventus e vários ex-dirigentes, como Agnelli, o ex-vice-presidente Pavel Nedved e o ex-diretor esportivo Fabio Paratici, enfrentaram julgamento novamente devido ao caso de pagamentos de salários de jogadores sem a devida prestação de contas, conforme apontado pela FIGC.
As manobras contábeis nos salários, visando reduzir artificialmente os prejuízos nos balanços anuais durante a pandemia de covid-19, foram descobertas pela promotoria de Turim em uma investigação contra a Juventus. O clube é acusado de ter declarado oficialmente a falta de pagamento de vários meses de salários, mas ter acordado com os jogadores o pagamento de parte desses valores em um exercício fiscal posterior.
Em relação aos dirigentes, a acusação afirma que eles declararam à Liga italiana a falta de pagamento de quatro meses de salário (de março a junho de 2020) para 21 jogadores e o treinador, mas sem informar os acordos realizados paralelamente, conforme explicado pela federação. Acredita-se que manobras similares também tenham ocorrido na temporada seguinte, 2020-2021.