O deputado federal Júlio Arcoverde (PP-PI), que preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas, informou que Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pode ser convocado para prestar depoimento nas oitivas. A CPI foi instaurada na última quarta-feira (24/5) e tem como objetivo investigar a manipulação de resultados em partidas de futebol, tendo como ponto de partida a Operação Penalidade Máxima, realizada em Goiás.
Segundo Arcoverde, o primeiro passo é ouvir todos os envolvidos nesta operação, incluindo jogadores, sindicatos, associações de empresas de apostas e entidades de futebol. O parlamentar ressaltou que a apuração será rigorosa para evitar injustiças e proteger a imagem dos atletas que não estiverem envolvidos no esquema.
A CPI das Apostas tem como foco a Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público do Estado de Goiás, que revelou indícios de manipulação de resultados nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro, bem como em torneios estaduais. Arcoverde, que também já presidiu o River-PI, acredita que crimes desse tipo sempre existiram, mas aumentaram em quantidade com o surgimento de sites de apostas e a possibilidade de apostar em diferentes cenários, além do resultado final das partidas.
O deputado defende que a CPI deve punir os envolvidos nos esquemas e buscar soluções para o setor. O plano de trabalho da comissão, que será apresentado oficialmente nesta terça-feira, inclui a apresentação de projetos de lei para regulamentação das apostas no Brasil. A Operação Penalidade Máxima começou no final do ano passado, após o volante Romário, do Vila Nova-GO, aceitar uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport pelo Campeonato Brasileiro da Série B.
Ele recebeu um sinal de R$ 10 mil e só teria os demais R$ 140 mil após a partida. No entanto, não foi relacionado e tentou cooptar colegas de time, sem sucesso. A história veio à tona e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, investigou o caso e entregou as provas ao Ministério Público de Goiás. Até o momento, 15 jogadores de diferentes clubes foram denunciados e se tornaram réus por participação no suposto esquema.