Criado no final do século 19 na Inglaterra, o tênis teve seu início com o Torneio de Wimbledon em 1877, atualmente um dos quatro Grand Slams da temporada. No começo, apenas homens competiam, com a vitória sendo decidida em cinco sets. Apenas em 1884 as mulheres foram autorizadas a jogar, com a mudança para três sets implementada desde as primeiras partidas femininas, refletindo a ideia de que as mulheres teriam menos força física para suportar uma competição tão desgastante.
Uma tentativa de alterar essa regra ocorreu apenas após a profissionalização do tênis. Entre 1984 e 1998, o WTA Finals teve suas finais disputadas em cinco sets, com a final chegando ao quinto set apenas uma vez. Foi a primeira vez desde o Campeonato Nacional dos Estados Unidos de 1901 que o formato foi usado em partidas femininas. Segundo o jornalista José Nilton Dalcim, a regra pouco testada ainda permanece e somente a Federação Internacional de Tênis poderia alterá-la, após uma série de estudos e exigências.
Vale lembrar que os homens jogam em cinco sets apenas nos quatro torneios do Grand Slam e nas disputas por medalhas nos Jogos Olímpicos. Em torneios menores, a disputa masculina ocorre em três sets, tendo em vista o desgaste físico e o calendário apertado. Nunca houve um movimento dos homens para jogar menos sets ou das mulheres para jogar mais. No entanto, a diferença entre os formatos já gerou debates sobre a igualdade no pagamento de premiações. Apesar dos Grand Slams pagarem o mesmo valor para ambos os sexos, alguns torneios tradicionais de segundo escalão ainda apresentam diferenças.
Em 2016, Novak Djokovic afirmou que os homens deveriam receber mais devido à maior arrecadação da ATP em comparação à WTA. Em 2019, Rafael Nadal foi questionado sobre a sugestão de Victoria Azarenka de que os homens deveriam jogar no máximo três sets, como as mulheres. Nadal defendeu a disputa de cinco sets pelos homens, mas insinuou que os prêmios em dinheiro deveriam ser maiores para eles. A número 1 do ranking mundial, Iga Swiatek, também comentou sobre o assunto, afirmando que seria bom se o tênis fosse regido pela igualdade, mas reconheceu que isso envolve negócios e política.