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Estado de Minas MERCADO DA BOLA

Os destaques do Atlético-MG antes da reabertura da janela de transferências

Em grave crise financeira, Galo deve concretizar vendas de atletas no próximo período de negociações; jogadores em evidência chamam atenção do mercado


19/06/2023 04:00
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A janela de transferências será reaberta em 3 de julho no Brasil. Diante da proximidade do período determinante para negociações entre clubes, o Atlético analisa possibilidades de saídas em virtude de uma grave crise financeira. E os destaques da equipe, obviamente, são “nomes quentes” no mercado da bola.

Nas semanas que antecederam a pausa do futebol brasileiro para a Data Fifa, alguns nomes evoluíram com a camisa preta e branca. Foram os casos de Rubens e Pavón, que vinham sendo peças importantes para o time então comandado pelo argentino Eduardo Coudet. Ainda que o Atlético considere praticamente apenas Hulk como inegociável, a dupla vive situações distintas em termos de possibilidade de saída.

Prestes a completar 22 anos (em 21 de junho), o lateral-esquerdo Rubens é alvo constante de sondagens do exterior. A venda não é descartada, principalmente quando se leva em consideração o fato de que, com o retorno de Guilherme Arana, o Galo passa a ter três jogadores disponíveis para a função (Dodô também está à disposição).

Rubens vinha em ritmo de crescimento junto ao sistema defensivo alvinegro. O jovem evoluiu especialmente nos fundamentos de marcação, sendo importante com desarmes e coberturas, além de boa presença nas subidas ao ataque.
 
 
Rubens, lateral-esquerdo do Atlético Mineiro
O lateral-esquerdo Rubens é alvo constante de sondagens do exterior e sua venda não é descartada, principalmente consideranto o retorno de Guilherme Arana (foto: Pedro Souza/Atlético)
 
 
Pavón, por sua vez, é um jogador cada vez mais influente para a produção ofensiva do Atlético. Foram dois gols marcados e quatro assistências oferecidas nos últimos nove jogos do Galo antes da Data Fifa. Apesar disso, uma venda do argentino, neste momento, é tida como improvável. Pavón chegou ao clube mineiro em julho do ano passado, pouco atuou e, somente agora, se firmou como peça importante no time titular.

O atacante também é uma das poucas peças disponíveis para atuar pelos lados – especialmente o direito – do campo no elenco prestes a ser comandado por Felipão. Dessa forma, ainda que haja clubes interessados, a tendência é de que o Atlético mantenha o argentino.

CAMISA 10 

Por fim, entre os nomes em destaque, está o jogador que dividiu protagonismo com Hulk no primeiro semestre do Galo: Paulinho. O camisa 10 alvinegro tem 14 gols e seis assistências em 31 jogos na temporada, tendo sido decisivo para diversos resultados positivos da equipe mineira na primeira metade do ano.

Emprestado pelo Bayer Leverkusen, da Alemanha, até o meio de 2023, Paulinho assinará contrato definitivo com o Atlético nas próximas semanas. De toda maneira, o carioca de 22 anos é, sem dúvida, um dos principais ativos do elenco e desperta atenção do mercado.

Resta saber se haverá investidas do exterior e, diante disso, qual será a postura da diretoria alvinegra para conservar um de seus nomes mais importantes. Assim como o companheiro de ataque Pavón, Paulinho tem saída tida como improvável pela chegada recente – ao menos na próxima janela de transferências.

CASO ALLAN 

Na última sexta-feira (16/6), veículos de imprensa noticiaram um encerramento das negociações entre Atlético e Flamengo pelo volante Allan – ao menos por enquanto. A reportagem de No Ataque entrou em contato com fontes envolvidas nas tratativas, que não confirmaram a informação. De acordo com algumas das pessoas consultadas, ainda não há consenso sobre valores entre os clubes.

Especulou-se ainda que uma possível permanência de Allan teria ligação direta com a contratação de Felipão. “Isso não tem nada a ver com o novo treinador”, disse uma fonte da diretoria alvinegra. O Atlético segue atento às movimentações no mercado, e especialmente ligado nas possíveis investidas internacionais pelo volante. Parte considerável da cúpula com poder de decisão no Galo privilegia uma negociação com um clube de fora, sem reforçar um concorrente direto por títulos – como o rival carioca.

OUTROS DESTAQUES 

Em termos de saídas, outros nomes do Atlético podem ser citados. O zagueiro Nathan Silva, que retomou a titularidade recentemente, ainda sob o comando de Eduardo Coudet, está por detalhes para ser anunciado como novo reforço do Pumas, do México. Essa tende a ser a primeira venda oficializada pelo Galo nesta metade de 2023. Os valores devem rondar a casa de 4,5 milhões de dólares – cerca de R$ 21,6 milhões na cotação atual.

Por outro lado, quem sempre está na pauta de possíveis vendas do Galo é o meio-campista Matías Zaracho, de 25 anos. O jogador desperta o interesse do Porto, de Portugal, e pode receber propostas do mercado europeu nesta janela. Zaracho, de toda forma, não vive o melhor momento com a camisa preta e branca. Titular como um meia ofensivo com Eduardo Coudet, o atleta tem tido atuações apagadas e sido, inclusive, alvo de algumas críticas.

Em crise financeira e com a necessidade de cumprir metas orçamentárias, o Atlético deve fazer vendas nesta janela de transferências. Chegadas, por outro lado, são tidas como improváveis: “Não temos condições neste momento”, disse uma das fontes consultadas pela reportagem de No Ataque há alguns dias.



Galo precisa investir muito mais na base

O Relatório Convocados, produzido em parceria com a Galapagos Capital e a OutField, revelou o retorno do Atlético sobre o investimento nas categorias de base. O estudo teve participação ativa do economista Cesar Grafietti, especializado em Finanças do Esporte.

De acordo com o Convocados, o Atlético foi o oitavo clube que mais investiu na base nos últimos cinco anos no Brasil. Em valores corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o clube mineiro destinou R$ 63 milhões para a formação de jovens jogadores.

O levantamento também detalha as receitas dos clubes brasileiros com negociações de atletas nos últimos três anos. Os valores foram corrigidos pelo IPCA. Nesse ranking, o Atlético foi o nono colocado, com R$ 198 milhões arrecadados.

O Convocados ainda promove uma reflexão sobre os investimentos nas categorias de base. “A realidade é clara: mais investimentos significa mais receitas nas negociações. Mas é uma atividade de risco, de ‘capex intensivo’, que demanda muito cuidado com jovens que ficam longe de suas casas e sonham com uma realidade melhor no futuro”, consta.

“Por isso, quanto melhor for o investimento, maior a chance de retorno em todos os aspectos, essencialmente o humano”, acrescenta. Por fim, o documento traz uma lista com o retorno sobre esses investimentos nos períodos levados em consideração. O Galo é apenas o 12º colocado, tendo arrecadado com vendas de atletas cerca de 3,1 vezes o valor que direcionou para a base.

Nos últimos anos, a venda mais expressiva de um atleta da base do Atlético foi a do atacante Savinho, concretizada em junho de 2022. O atleta foi negociado com o Grupo City por 6,5 milhões de euros (cerca de R$ 36 milhões à época) e, hoje, defende o PSV, da Holanda, por empréstimo.

A gestão de Sérgio Coelho tinha como uma de suas diretrizes no início do trabalho, em 2021, uma transformação na base do Galo, com o intuito de torná-la mais competitiva no cenário nacional e revelar mais talentos. Os números, no entanto, mostram que o clube mineiro ainda segue distante do topo do futebol brasileiro e precisa direcionar mais recursos à formação de jovens jogadores se quiser obter retornos esportivos e financeiros mais expressivos.

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