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Estado de Minas análise do jogo

Galo fica no empate na estreia de Felipão

Atlético joga bem, mas não sai da igualdade no placar com o Fluminense. Mudança no esquema tático e ação na beira do campo marcam primeira partida de Scolari


22/06/2023 04:00 - atualizado 22/06/2023 01:21
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Luiz Felipe Scolari orientou jogadores, fez substituições e deu primeira mostra do trabalho à frente do Galo
Luiz Felipe Scolari orientou jogadores, fez substituições e deu primeira mostra do trabalho à frente do Galo (foto: Fotos: Pedro Souza/Atlético/Divulgação)

Em jogo aberto, E também muito pegado, o Atlético saiu na frente, mas acabou cedendo o empate por 1 a 1 ao Fluminense, na noite de ontem, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. O goleiro Fábio foi o melhor em campo e parou o Galo no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ).

O experiente arqueiro fez seis defesas, sendo quatro dentro da área, e segurou o resultado para o Tricolor das Laranjeiras na estreia do técnico Luiz Felipe Scolari pelo time mineiro. “Saio satisfeito com o nosso desempenho, nosso coletivo foi muito bom. Queríamos a vitória, mas sabíamos que íamos enfrentar dificuldades, um grande time. Nossa equipe desde o começo do jogo tentando jogar, buscando”, analisou o atacante Hulk. “Não à toa, entregaram o prêmio de melhor em campo para o Fábio. Isso mostra o que foi o jogo.”

Além da grande atuação do ex-arqueiro cruzeirense, a partida também ficou marcada pela “lei do ex”. Guga ‘inverteu’ a brincadeira e marcou gol contra a favor do Atlético, e Samuel Xavier descontou pouco depois, ainda no primeiro tempo. Com o resultado, o alvinegro segue um ponto à frente dos cariocas: 19 a 18. Ambos podem ser ultrapassados pelo Grêmio, que hoje recebe o América em seu estádio.

O próximo jogo do Atlético será contra o Fortaleza, sábado, às 18h30, no Castelão, em Fortaleza, pela 12ª rodada. No mesmo dia e horário, o Fluminense receberá o Bahia no Maracanã, que não recebeu o jogo de ontem por conta de manutenção no gramado.

Além de Felipão à beira do campo, a novidade do Galo ontem foi o desenho tático diferente. Se com Eduardo Coudet o time atuava em um 4-1-3-2, partiu para o tradicional 4-3-3 sob o comando de Felipão e do auxiliar da comissão técnica permanente Lucas Gonçalves. Ofensividade e pressão: assim foram os primeiros minutos da partida. Ambos os times pressionavam a saída de bola do rival, mas sem muito sucesso. Houve equilíbrio e muitas faltas, com chances para os dois lados.

Hulk e Paulinho comemoram primeiro gol, marcado contra pelo lateral Guga: %u201Clei do ex%u201D às avessas
Hulk e Paulinho comemoram primeiro gol, marcado contra pelo lateral Guga: %u201Clei do ex%u201D às avessas


A partir dos 20min, o Atlético assumiu maior protagonismo na partida. Com Fábio pegando tudo, o Galo abriu o placar aos 34min, quando Arana cruzou da esquerda, David Braz não cortou e a bola bateu em Guga, ex-Atlético, parando no fundo do gol. O time mineiro seguiu bem na partida, mas não conseguiu segurar o ímpeto do Fluminense. Em cobrança de falta, aos 45min, Ganso cruzou, Fuchs tirou de cabeça, mas a bola sobrou para Samuel Xavier, que dominou na entrada da área e acertou belo chute no canto.

O Atlético iniciou o segundo tempo pressionando e exigindo novas boas defesas de Fábio. O jogo, no entanto, era mais equilibrado do que nos primeiros 45 minutos. O Galo seguiu criando, mas sem converter as chances em gol. A partir disso, a partida perdeu em emoção e os times apresentaram dificuldades para chegar à área adversária. O ritmo diminuiu ainda mais no final, e a tensão tomou conta das equipes e das comissões técnicas – por reclamação, o técnico Fernando Diniz, do Tricolor, foi expulso.

Primeira análise Na coletiva após a partida, Felipão avaliou que o resultado “não foi ruim”. “Tivemos boas oportunidades. Apenas não conseguimos vencer. Jogar contra o Fluminense fora de casa… O que me satisfez é que nós não sofremos aquilo que algumas equipes sofrem contra o Fluminense”, afirmou o treinador que assumiu o comando da equipe na noite de onta, na beira do campo. “A gente conseguiu um resultado que não era o que a gente esperava, porque pelo que a gente produziu, pelo que eles treinaram para causar dificuldades ao Fluminense e tivemos grandes oportunidades. Boas oportunidades. Apenas não conseguimos vencer”, frisou Felipão.

“Resolvemos que, pelo envolvimento com o objetivo que nós temos, ficar de fora e não mostrar a esses jogadores que nós estávamos com eles e que nós queríamos essa vitória, que nós estamos com o mesmo pensamento… Eu achei que era errado. Acho que eles confiaram em mim. Foram apenas alguns reparos com o Lucas me ajudando”, explicou.
“Naturalmente que, quando tu és contratado por uma equipe e tu tens uma equipe muito boa como o Lucas (Gonçalves), Cristiano (Nunes), as pessoas que trabalham no departamento de análise te dão a oportunidade de ver vídeos, ver treinos, como era uma coisa e outra… Algumas modificações foram feitas. Mínimas, porque a gente não tinha treinado – e até com aceitação do grupo”, completou.


Fluminense 1 x Atlético 1

Fluminense
Fábio; Samuel Xavier, Nino, David Braz e Guga (Felipe 26 do 2º); André, Lima e Paulo Henrique Ganso; Lelê (Martinelli 24 do 2º), Cano (John Kennedy 43 do 2º) e Keno (Pirani 24 do 2º)
Técnico: Fernando Diniz
Atlético
Everson; Mariano, Bruno Fuchs, Jemerson e Guilherme Arana; Battaglia, Zaracho (Edenílson 42 do 2º) e Hyoran (Igor Gomes 16); Pavón (Vargas 42 do 2º), Hulk e Paulinho (Patrick 36 do 2º)
Técnico: Felipão
Motivo: 11ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ)
Gols: Guga (contra) 35 e Samuel Xavier 45 do 1º
Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC)
Assistentes: Alex dos Santos e Henrique Neu Ribeiro (SC)
VAR: Rodolpho Toski Marques (PR)
Cartão amarelo: André, John Kennedy, Hyoran, Battaglia, Hulk e Guilherme Arana
Cartão vermelho: Fernando Diniz



Projeto para Arena MRV passa em primeiro turno


Sílvia Pires

Os vereadores aprovaram, ontem, em primeiro turno, o projeto para acelerar a liberação da Arena MRV, estádio do Atlético-MG, no Bairro Califórnia, na Região Noroeste de Belo Horizonte. O texto agora segue para votação em segundo turno e, se aprovado, garante que o estádio passe a funcionar, mesmo antes do término das intervenções exigidas pela Prefeitura de Belo Horizonte. A votação na manhã de ontem foi acompanhada pela principal torcida organizada do time, a Galoucura, que comemorou a vitória entoando o hino do Atlético-MG. O projeto foi aprovado com 36 votos favoráveis e dois contrários: dos vereadores Miltinho CGE (PDT) e Fernanda Pereira Altoé (Novo).

Acompanhando a votação nas galerias do plenário, a Galoucura vibrou, gritou e entoou o hino do clube a cada voto dos vereadores. Emocionado, o torcedor Tales Davi Dias de Souza, de 30, definiu o momento como “dever cumprido”, após o fim da sessão. “Tenho certeza que o projeto vai ser aprovado com a pressão da torcida”, disse. A previsão é de que o projeto seja votado em plenário na sexta-feira da próxima semana.

De autoria do vereador César Gordin (Solidariedade), ex-presidente da Galoucura, o PL estende em até três anos o prazo para que a arena entregue as contrapartidas exigidas pelo poder público para construção, em especial as obras viárias no entorno da arena alvinegra. “Acho que está todo mundo com vontade de liberar a arena. As contrapartidas serão pagas, a gente não vai tirá-las. A intenção não é chegar e empurrar um espaço sem condições de uso. As obras viárias já estão acabando. Não tem por que ser contra o projeto”, disse César Gordin.

Uma emenda proposta pelo líder da prefeitura de BH, vereador Bruno Miranda (PDT), foi incluída no texto pedindo mais prazo para discussão do projeto. Na sessão de ontem, o parlamentar defendeu a modificação. “Apresentamos uma emenda, para que ele siga sendo discutido nas comissões e continue sendo discutido pela prefeitura. Temos aspectos de legalidade que precisam ser mais bem estudados”, declarou e votou favorável ao projeto. A inclusão no texto ainda será avaliada pelos vereadores na próxima sessão.

Com alfinetadas em opositores, o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), deixou a mesa para votar a favor do projeto. “Não é um voto apenas para o clube, é um voto para a cidade. Estamos com um problema seríssimo em Belo Horizonte que é a ausência de espaço para grandes espetáculos”, afirmou.

Contrapartidas Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – Abuso de Poder na PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), o CEO do Atlético-MG, Bruno Muzzi, afirmou que o clube não tem dinheiro para concluir as obras de contrapartidas da Arena MRV. Ele detalhou os valores da construção do estádio e revelou que faltam R$ 150 milhões em recursos.  De acordo com Muzzi, a estimativa atual é que a obra da Arena MRV custe cerca de R$ 1,2 bilhão. Sendo R$ 750 milhões em obras no perímetro do estádio, R$ 335 milhões em contrapartidas e mais de R$ 100 milhões em “custos acessórios”.

As obras do estádio em si estão praticamente concluídas. Na terça-feira passada, o Galo inaugurou os vestiários do estádio. Porém, o Atlético-MG alega não ter dinheiro suficiente para bancar todas as contrapartidas exigidas pela PBH – obras sociais, viárias e ambientais solicitadas para a aprovação do projeto. “Algumas dessas contrapartidas viárias, principalmente, que fazem a ligação do Anel Rodoviário com a Via Expressa, com a BR-040, e uma ou outra passarela, nós não temos mais o recurso para fazer e estamos vendo como proceder em relação a isso. Estamos falando de uns R$ 150 milhões, eu acho”, declarou Muzzi.

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