Jornal Estado de Minas

Diversão séria que faz o bem



Uma jovem de 23 anos decidiu entrar no mercado de trabalho aproveitando um filão que, na época, estava com demanda em alta e pouquíssima oferta. O tiro acertou no meio do alvo e hoje, com 16 anos de atuação, expandiu os negócios e conseguiu colocar em prática uma grande paixão: ajudar o próximo. Estamos falando da empresária Natália Harry Chierici de Córdova Cotosck e da sua Bravo Brasil.


Em 2003, surgiu a moda dos garçons universitários. No auge das festas de 15 anos, todas as debutantes queriam enfeitar suas festas com os lindos jovens que serviam champanhe e distribuíam as lembrancinhas que coloriam a pista de dança depois da valsa. O difícil era encontrar na cidade quem tinha este “casting” de qualidade para ser contratado. Sabendo enxergar as oportunidades, Natália criou a Bravo Brasil para atender a essa demanda. Escolheu a dedo uma equipe de modelos supereducados, e de uma forma muito rápida o próprio mercado criou a expansão das atividades para as áreas de atendimento ao público, marketing e entretenimento.


A escolha do nome foi o resultado da busca por uma marca forte e “digna de aplausos”, como diz a empresária, com o slogan “Mais que coadjuvantes, um espetáculo à parte!”. Apesar de ter seu irmão Guilherme como sócio fundador, pouco tempo depois ele optou por se dedicar aos serviços de bufê e drinques com a Brothers, empresa que criou na mesma época.
Hoje, a Bravo conta com mais de três mil eventos realizados em seu currículo.

Se tudo foram flores desde o início? Não. Assim que entrou no mercado sofreu resistência por parte dos garçons tradicionais e dos bufês. “Vivemos um período de dualidade. Fomos aceitos imediatamente pelos clientes e produtores, porque encontramos um mercado carente de mão de obra qualificada para eventos. Porém, encontramos resistência de bufês e dos garçons tradicionais com relação aos universitários, acredito que temeram perder seu espaço, mas logo perceberam que não éramos uma ameaça, e sim parceiros para agregar valor”, conta Natália.


Além do compromisso com a entrega de cada projeto, da Bravo se diferencia no bom gosto desde o recrutamento da equipe à produção dos serviços para os eventos. A inovação constante é outro marco na história da empresa. Desde sua fundação a premissa é a adequação aos anseios do mercado, assim acompanham as mudanças da sociedade global na cultura, comportamento, moda e na forma das pessoas se relacionarem.

No setor do entretenimento foram eles que trouxeram o primeiro robô de led para Belo Horizonte, em 2014, e não pararam mais. “Dispomos de dezenas de atrações exclusivas e somos inspiração para diversas empresas do segmento”, afirma.


“Fazemos pesquisas constantemente e com base nos resultados alcançados é que recrutamos pessoas que transmitam a imagem de cada fase e introduzimos figurinos que fazem a leitura do cenário do momento e talvez por isso os serviços sejam tão bem aceitos pelos clientes”, analisa a empreendedora, que atua nos principais eventos do estado. Nos últimos 16 anos, foram milhares de projetos atendendo a empresas desde montadoras de veículos, passando pelo setor da construção civil, aviação e telecomunicações. A Bravo atuou na inauguração da Cidade Administrativa, na solenidade de abertura do novo Mineirão, Medalha da Inconfidência, centenário de Tancredo Neves, solenidade para concessão de Confins, posse do governo, inauguração da Sala Minas Gerais, entre centenas de outros eventos importantes.


De onde vem toda essa criatividade? Do amor pelo que fazem, além de muita pesquisa e dedicação. “As festas estão cada vez mais elaboradas e os clientes cada vez mais exigentes. Buscamos desenvolver nossa equipe para a excelência na prestação dos serviços, inovar na criação de figurinos e contamos com parceiros internacionais para imprimir tecnologia nas produções. Estou sempre antenada com o que acontece ao redor do mundo, pesquiso festas, baladas e intervenções criativas. Também busco desenvolvimento pessoal.

O mais recente foi um curso de formação em coaching para promover o crescimento de cada membro da equipe e melhorar minha liderança”, conta.

Olhar para o social A Bravo Brasil é uma das empresas que mais atuam no setor de responsabilidade social. Recebe em média 20 convites por ano para atuar em festas de cunho beneficente, e não recusa nenhum. Esta área de atuação sempre foi uma paixão da empresária e começou em 2007, quando atingiram a marca de mil eventos realizados e Natália decidiu doar mil fraldas geriátricas para o Hospital da Baleia. Ali nasceu o projeto Bravo Voluntário. Desde então, prestam serviços gratuitamente para eventos beneficentes e realizam visitas da alegria em instituições. Na AMR estão desde 2008 realizando ações em datas comemorativas como Páscoa, Dia das Crianças e Natal. Com a Jornada Solidaria Estado de Minas somam mais de 10 anos de parceria. “Ficamos lisonjeados em ajudar. Mesmo sendo uma microempresa, mostramos que para doar precisamos mesmo é de boa vontade.”


Um fator importante nessa ajuda é o envolvimento por parte da equipe, que abraça a causa com o mesmo sentimento de desprendimento que a fundadora. A empresa fornece uma pequena ajuda de custo para cada membro, eles praticamente abrem mão do cachê porque querem colaborar, e todos juntos formam uma grande rede de generosidade.

Se formos traduzir em números, pode-se dizer que 10% dos eventos feitos pela empresa são voluntários. O último de que participaram foi o jantar do Brazil Foundation, e sempre se sentem extremamente honrados em participar de ações assim. A empresa não considera essa participação um investimento, mas uma doação. Todas as ações solidárias, como por exemplo as visitas da alegria, não têm contrapartida e alguns eventos oferecem a divulgação da marca, mas independentemente disso, colaboram por vocação.


“É claro que toda divulgação gera novas oportunidades, mas o principal retorno é saber que colaboramos para o meio em que estamos inseridos. Como microempresa, pensamos que somos pequenos demais para realizar ações solidárias, mas provamos que está ao alcance de todos. Quando nossa verba está no limite cobramos um valor simbólico para auxiliar no pagamento da equipe, mas ainda não recusamos nenhum pedido e esperamos que isso não aconteça”, conclui Natália.

.