A nova Casa Cor Minas é o primeiro grande evento da cidade desde o início da pandemia, e expõe a beleza da vista da Serra do Curral. Volta repaginada, cheia de novidades e com um formato híbrido. As visitas presenciais terão que te agendamento de horário e compra antecipada de ingresso para não ter aglomeração. Todo o espaço segue um rigoroso protocolo com o objetivo de garantir a segurança de todos os participantes e do público.
Uma das maiores mudanças foi na seleção dos profissionais deste ano, que inclui um vasto time formado por jovens talentos da arquitetura, do design e também do paisagismo de Belo Horizonte e de mais nove cidades mineiras. São 47 ambientes, criados por 71 profissionais que trabalharam guiados pelo tema central desta edição: “A casa original”. A temática provoca uma série de reflexões, sobretudo pelo evidente desejo de retorno às origens, buscando na ancestralidade e na simplicidade o equilíbrio necessário entre o passado e o futuro. A inspiração trouxe a ressignificação da nossa relação com a casa, inaugurando uma série de novas reflexões sobre o morar contemporâneo.
Entre os arquitetos e designers de interiores que participam desta edição estão veteranos como Lena Pinheiro, Patrícia Hermanny, Cristina Menezes, Flávio Bahia e Norah Fernandes, além de profissionais de destaque no mercado, como Alexandre Rousset, Ângelo Coelho, Ângelo Coelho Filho e Cristina Morethson, Júnior Piacesi, Sérgio Vianna, Juliana Vasconcellos, Rosângela Brandão Mesquita, Janaina Pacheco, Patrícia Abreu, Roger Lages, José Lourenço, Linda Martins, Andrea Pinto Coelho, Casa Tereze, Daniel Tavares, Igor Zanon, Bárbara Nobre. Dois convidados especiais fizeram ambientes: o premiado designer Gustavo Greco e a fotógrafa Leca Novo. Soma-se à lista um time de estreantes na mostra, como Duo Arquitetos, Cynthia Vianna, Liga Arquitetura, João Daniel Silva, Evandro Melato, Ivia Maia, Rafael Mineiro, entre outros, ampliando também de forma expressiva a participação de profissionais do interior do estado.
A boa pedida foi a valorização do paisagismo. Afinal, depois de tanto tempo em reclusão, o que mais as pessoas querem é desfrutar de ambientes abertos, amplos e cheios de natureza. Os jardins são destaque absoluto, primeiro pela necessidade de oferecer espaços mais abertos e ao ar livre, por causa da pandemia da COVID-19, que já está em fase reduzida, mas, infelizmente, ainda não foi debelada. Segundo, por apresentar o restauro de várias áreas do jardim criado por Burle Marx. Serão seis ao todo: Droysen Tomich, Felipe Fontes, Katiene Rodrigues, Naña Guimarães, Rafael Mineiro e Valter Braga. Todos reverenciando o grande mestre Roberto Burle Marx, autor dos jardins originais do Palácio das Mangabeiras, palco da mostra.
Como a maior parte dos ambientes está na área externa do palácio, os projetos foram inteiramente construídos para o evento utilizando métodos inovadores, reduzindo significativamente os impactos ambientais. A CMC, indústria do grupo mineiro Lafaete, forneceu 25 módulos, cada um com 12 metros quadrados e pé-direito de três metros, uma tecnologia que se assemelha na forma, mas que é bastante diferente dos contêineres marítimos, uma vez que são construídos de forma industrial e exclusivamente para a construção de habitações, assumindo diversas medidas, o que possibilita mais opções aos projetos.
Com foco na sustentabilidade, o novo formato da mostra surpreenderá desde a entrada, que dá sensação de estar em um outro endereço, à leveza do paisagismo exuberante. Até mesmo um lago, com direito a peixes vivos desfrutando a água cristalina, foi construído. Vale ressaltar que todas as edificações externas foram colocadas sobre uma estrutura criada para proteger o solo, jardins, campo de futebol e quadra de tênis – dependências existentes no palácio que receberam os ambientes.
PRESERVAÇÃO E MEMÓRIA Este ano, a Casa Cor Minas investe na preservação da memória, resgatando aspectos históricos da edificação. Naña Guimarães restaurou boa parte dos jardins originais de Burle Marx, e outra novidade é que a fonte criada pelo paisagista, em uma das áreas externas laterais da construção, foi inteiramente recuperada. Em dois níveis de pedra, ela tem como base um espelho d’água com espécies aquáticas e está em meio a um rico jardim que envolve tons de roxo e de verde, entre dracenas, marantas, asparagos, jiboias, peperoneas, columeias, samambaias e variedade de espécies que o preenche. Alguidares dentro e fora da água criam composição que os apresentam vazios e com plantas.
VISITA VIRTUAL Outra novidade para a edição da nova Casa Cor Minas é o passeio virtual pelo Palácio das Mangabeiras mostrando como ele era na época de sua inauguração, em 1955, desenvolvido em parceria com a Codemge e a equipe da Novus 3D. A visita foi desenvolvida a partir de um extenso levantamento histórico, resgatando imagens e dados do projeto original, e será disponibilizada aos visitantes. Quem optar por visitar a mostra virtualmente, ou conhecer tudo para depois ter a experiência de conferir os ambientes presencialmente, terá possibilidade de ver todos os ambientes em 360 graus, e fazer aproximação para ver todos os detalhes.
GASTRONOMIA A gastronomia sempre foi um dos pontos de destaque, refletindo de forma muito fiel a relação que os mineiros têm com a cozinha. Focada em oferecer experiências cada vez mais inovadoras e marcantes para o público, a mostra está repleta de novidades. Quem assume a curadoria e a concepção gastronômica desta edição é o premiado chef italiano Massimo Bataglini, que, com Henrique Benerick, da Benericks, está à frente do Outland, um bar e restaurante a céu aberto que alia boa gastronomia, uma extensa carta de coquetéis e, claro, um bom design. O Outland comanda o restaurante, um café e os bares desta edição, com menu exclusivo e o conceito foi todo inspirado no mar Adriático. Mas tem também partos de carne e veganos para quem preferir. Além do restaurante, bar, café e uma cozinha funcional para receber os visitantes.