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Estado de Minas Desfile em Paris

Retorno à perfeição

Chanel mostrou au grand complet que é uma das marcas que mais valorizam o trabalho manual. Como todas no seleto grupo que desfila na semana da alta costura


19/12/2021 04:00

Jeans
Desfile de lançamento da última coleção da grife Chanel (foto: chanel/divulgação)


O desfile de lançamento da última coleção da grife Chanel foi um marco das mudanças que se repetiriam na passarela. O local escollhido foi a Porte d'Aubervilliers, rotatória que dá acesso à marginal que forma um cinturão em torno de Paris e é mais conhecida por seus acampamentos de imigrantes ilegais e pelo tráfico de drogas do que pelo brilho e riqueza da alta-costura. Os convidados não parecem ter sido incomodados pela mudança da tradicional apresentação no endereço tradicional da marca, na Rue Cambon, onde a estilista abriu seu primeiro ponto para vender chapéus e continuou ao longo de sua vida. A apresentação, Métiers d'art (Profissão de arte, transcrição literal).
 
Vermelho
O desfile Métiers d%u2019art foi um momento de pura exuberância (foto: chanel/divulgação)
 
 
transformou-se em outro acontecimento marcante porque deixou de lado o massacre que o alemão Karl Lagerfeld fez com a grife enquanto viveu e reviveu na passarela o magnifico estilo da costureira. Voltaram o tweed liso e com brilhos, a modelagem clássica e ajustada, o casaco perfeito, o preto predominando, as bijuterias ressurgindo com força e tudo que a mulher gosta de usar. O rosa chanel que é característico da marca apareceu levemente, assim como o vinho, mas predominaram o preto, o branco e o prata.
 
Preto e Branco
O desfile reviveu tudo que Coco Chanel sempre divulgou em sua vida (foto: chanel/divulgação)
 
 
O desfile Métiers d’art foi um momento de pura exuberância, no qual a marca deixou de lado a preocupação em apresentar roupas fáceis de vender e homenageia seus ateliês. O objetivo foi expor em alguns minutos uma compilação de toda expertise artesanal que a marca reúne, como fabricantes de luvas, profissionais das plumas, rendas e outros brocados, que trabalham durante dias ou até meses para criar esse show com peças únicas. Em um mercado do luxo no qual o “valor imaterial” é essencial para criar o desejo, o artesanato aparece como uma das principais ferramentas para fazer a diferença entre os concorrentes, cada vez mais numerosos. A história da marca conta que, desde os anos 1985, Chanel foi além dos concorrentes, pois comprou vários dos ateliês que, durante décadas, foram apenas fornecedores autôno- mos. O objetivo, segundo a marca, foi preservar essa tradição e, atualmente, 40 pequenas empresas já integraram o grupo, que criou uma estrutura própria, batizada Paraffection, que emprega mais de 6 mil pessoas, a maioria artesãos. Agora, parte desses ateliês, alguns que estavam espalhados pela cidade e outros que já vinham sendo reunidos também na periferia do Norte de Paris, estarão no 19M, um espaço cujo nome faz alusão ao 19º Arrondissement, o bairro de Paris onde está situado. Mas é também uma referência ao aniversário de Gabrielle Chanel, que nasceu em 19 de agosto de 1883.
 
 brilhos
Voltaram o tweed liso e com brilhos, a modelagem clássica e ajustada (foto: chanel/divulgação)
 
 
Como manda o protocolo implícito em vigor atualmente nas marcas de luxo, o prédio conta com a assinatura de uma estrela internacional da arquitetura. O imóvel de mais de 25.000 me- tros quadrados (m²), revestido com uma espécie de malha vertical branca que oculta parcialmente suas janelas, foi desenhado pelo arquiteto Rudy Ricciotti, o mesmo que concebeu o museu MuCEM, em Marselha, ou ainda o Departamento de Artes do Islã do Museu do Louvre. E durante seus quase 20 anos de existência, Chanel apresentou seu desfile Metiers d'art pelo mundo, com shows em Hamburgo, Nova York, Salzburg, Tóquio e até Istambul. Mas de uns tempos para cá, a maison tem se concentrado em Paris. E agora decidiu levar o mundinho da moda para conhecer a Porte d’Aubervilliers. Com bordados excepcionais em formato de grafite e looks urbanos enfeitados com plumas e lantejoulas, as convidadas, assistiram à apresentação das criações no desfile Chanel métiers d'art", uma passarela dedicada aos artesãos no espaço 19M (Norte de Paris). Entre outros looks, surgiram os bordados do ateliê Montex, com lantejoulas prateadas inspiradas nas fachadas do arquiteto Rudy Ricciotti, peças de malha, cardigãs e looks, todos em malva em corpetes, calças culote, jaqueta, casaco longos sobre vestidos muito justos, sapatilhas bicolores, beges e pretas, muitas pérolas junto com joias douradas, cintos de corrente dourada e um mundo de retornos das tradições da marca. uma mistura de joias.


ESTILOS ETERNOS

Os longos básicos, em tweed com fios prata, usados sob casacos também longos e também do mesmo tecido, os tailleurs combinando dois tons, os maravilhosos longos com modelagem delineada por fios de plumas,os casacos ¾ com grandes bolsos desenhados, usados sobre conjuntos de saia e camisa ou vestidos, os cintos belamente decoradores, que “levantam” qualquer roupa e um acontecimento inesperado: calças em jeans delavê, com bainhas arrematadas por pequeno babado que têm tudo para ser copiadíssimos pelo mundo todo. O desfile reviveu tudo que Coco Chanel sempre divulgou em sua vida: uma roupa que veste a mulher com uma aparente discreção que é, na totalidade,o luxo puro.


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