Miuccia Prada e Raf Simons criaram a coleção “An ideology of Prada” (Uma ideologia da Prada), que celebra a vida, o cotidiano, dando valor a cada momento. Para isso, focaram na tradição e tudo o que ela carrega: histórias de pessoas e memórias de vidas, a cultura que atravessa gerações. A inspiração foi o resgate de todos esses valores, unindo o passado ao presente, a representação de lembranças e citações, fragmentos de narrativas pessoais, que compõem uma história, uma história das mulheres. Um fascínio e reflexão da humanidade é um princípio fundamental da marca.
Peças pragmáticas ganham nova ênfase e significado, a alfaiataria foi combinada com a linguagem de roupas noturnas. Combinações do dia a dia e do que é precioso se misturam criando o estilo de cada um, dando significado e enfatizando a realidade, uma fusão.
Tradições foram representadas de maneiras inesperadas com inversão e desafio dos materiais, dos bordados e das roupas, trazendo uma sensação que agita e perturba. Peças masculinas foram transformadas para o feminino: os casacos foram esculpidos no pescoço ou nas costas. A arquitetura das roupas afeta sua relação com o corpo. A alfaiataria foi aplicada a vestidos leves para dar novas formas.
A história é universal. Dentro, inevitavelmente, há uma arqueologia da Prada, codificações e significados evocados através da aparência e da abordagem. A excentricidade da grife foi combinada com silhuetas sobressalentes. As justaposições são feitas tanto entre as peças de vestuário como na sua construção, combinando materiais diversos criando praticamente uma decoração para o corpo. Referente à herança da própria Prada, a geometria se traduz em malhas jacquard, bordados e cores ecoadas.
Na prática, uma ideologia da Prada torna-se uma etimologia de beleza. E esse é o principal trabalho da moda: o processo de definição do significado da beleza para o hoje.