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Estado de Minas inverno

Força total

Com fôlego recuperado, a mineira Printing lança o inverno disposta a vestir as mulheres em todos os momentos. Nova coleção tem da alfaiataria e roupas de festa


27/03/2022 04:00

Vestido com plumas
(foto: Gustavo Marx/Divulgação)


Passados os dois anos mais desafiadores da sua história, a Printing volta a ter uma coleção completa. O inverno chega trazendo o equilíbrio entre o casual e a festa. A alfaiataria, que salvou na pandemia, já divide as atenções com vestidos exuberantes e sofisticados. Independentemente da ocasião, o importante é que as peças sejam atemporais.
 
Mais do que nunca, as mulheres querem ter no armário peças sem data de validade, observa a estilista Márcia Queiroz. E isso vem de encontro ao que a marca acredita. “Construo roupa para ficar no armário, que a mulher não consegue se desfazer pela qualidade, pela durabilidade e pela modernidade. Não é uma roupa de momento. Penso que ela vai usar, reusar, depois passar para a filha e para a neta.”
 
Vestido Rosa
(foto: Gustavo Marx/Divulgação)
 
 
Para seguir esse conceito, a Printing sempre trabalhou com tecidos clássicos e de extrema qualidade, que não saem de moda e duram uma vida inteira. Entre eles, algodão, seda, crepe e lã. Tecidos mistos, como poliéster e viscose, nunca fizeram parte da história da marca. “Por que não repetir roupa? Temos que parar esse consumo desenfreado e comprar o que podemos usar outras vezes”, opina.
 
Moda e arte se conectam na coleção de inverno. A inspiração vem da obra “Invenção da cor”, de Hélio Oiticica, considerado um dos mais importantes artistas brasileiros. Um dos exemplares dessa instalação, formada por nove paredes com cores diferentes, está nos jardins do Inhotim, em Brumadinho.
 
Roupa toda Branca
(foto: Gustavo Marx/Divulgação)
 
 
Dali surgiu a ideia de explorar cores sólidas e intensas, que aparecem sozinhas (da cabeça aos pés em alguns looks) ou misturadas, o que Márcia acredita trazer uma linguagem moderna. Assim como a arte de Oiticica do Inhotim, a coleção se constrói a partir do rosa, amarelo, laranja e azul, com o acréscimo de verde e vermelho. O branco, assim como preto, marrom e outros tons neutros, entra para criar contrastes com o colorido.
 
A marca continua a fazer um trabalho primoroso de alfaiataria (foi o que a manteve ativa durante a pandemia, quando nem se pensava em festa).
 
Já que estamos falando do inverno, as peças de frio ganham todos os holofotes. O casaco comprido em crepe de lã azul com debrum preto e bordado de galhos e folhas tem uma beleza e uma elegância que fogem do comum. “Pegamos uma peça clássica de alfaiataria e trouxemos para a modernidade com esses detalhes. Uma adolescente vai querer usar”, aponta.
 
Casaco
(foto: Gustavo Marx/Divulgação)
 
 
O blazer oversized, feito por alfaiate, o que garante uma construção bem precisa, chama a atenção pela versatilidade: pode ser usado tanto com calça quanto com saia e vestido curtos. Também fique de olho no trench coat que não tem avesso e na parka bicolor supersofisticada.
 
Na parte de baixo, a aposta da Printing são as calças dad (pai em inglês). Como são um pouco mais largas, dão a sensação de que a mulher está vestindo uma peça masculina.
 
O jeans também flerta com a alfaiataria de forma surpreendente. Para começar, a marca criou peças em azul-escuro com detalhes como golas, mangas e bolsos em um tom bem mais claro, o que já fica distante do óbvio. Os pespontos aparentes em branco ajudam a deixar o visual ainda mais atrativo. Em evidência, a calça de cós alto e a jaqueta estilo bomber.
 
MANUAL A coleção traz um trabalho belíssimo de tricô e crochê. As técnicas foram executadas com sobras de tecido (lisos e estampados) paradas no estoque. O resultado são cardigã e colete feitos a mão com tramas texturizadas e uma mistura moderna de cores. “Criamos peças bem atemporais, muito únicas, exclusivas e especiais, com efeitos maravilhosos. Uma não é igual à outra”, comenta Márcia.
 
O handmade também se revela em bordados pontuais, que não ficam restritos aos looks de festa. “Usamos muito o bordado nas peças em crepe de lã para tirá-las do lugar-comum.” A regata muscle deixa de ser básica quando surge com pequenos pontos de brilho no colo. Esse mesmo efeito de chuvisco está abaixo da gola de um casaco de manga curta com modelagem ampla.
 
A marca investiu bastante nas misturas, tanto de cores, que remetem à obra de Oiticica, quanto de materiais. “A coleção toda conversa. O jeans combina com a camisa de seda e fica moderníssimo com o blazer de alfaiataria”, exemplifica. Em outra proposta de look, tricô, seda e alfaiataria aparecem juntos. A estilista acha muito importante entregar versatilidade para facilitar a vida da mulher.
 
Merece menção honrosa a volta das roupas de festa. Está no DNA da Printing desenvolver peças clean, com poucos bordados, mas muito elaboradas e diferentes. “Os nossos vestidos de festa são percebidos pela construção, pela cor e por vestir bem e não por ter aquele tanto de bordado.” Nesta coleção, os modelos vão do curto ao longo, a maioria lisos, seguindo a cartela de cores vibrantes.
O quimono de seda, que já virou um clássico da marca, se apresenta todo no pink com plumas laranjas no acabamento das mangas e da faixa que ajusta a cintura. “A peça saiu do universo íntimo para vestir uma madrinha de casamento. É de uma chiqueza sem limites.” Destaque também para o vestido mídi branco com plumas da mesma cor na barra e um bordado supercolorido ns mangas.


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