(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas VOLTA ÀS ORIGENS

Fundada por mineiros, marca comprada pela Arezzo inaugura duas lojas em BH

'Fomos para o mundo e voltamos para onde começamos', comemora um dos fundadores da Oficina Reserva, Gabriel Zandomênico


11/12/2022 04:00 - atualizado 12/12/2022 18:17

Gabriel Zandomênico fundador oficina reserva
'Os sonhos são os mesmos, mas agora temos mais combustível para alcançá-los', diz o CEO da marca, Gabriel Zandomênico, que faz parte do Grupo Arezzo&Co (foto: João Henrique Couto/Divulgação)

Lá atrás, quando começaram a vender roupa social sob medida, eles “só” queriam ser conhecidos entre os desconhecidos. Oito anos depois, os mineiros da Oficina Reserva vibram com o retorno, em grande estilo, a Belo Horizonte.

Posicionados como a marca masculina premium do Grupo Arezzo&Co, inauguraram, de uma vez, duas lojas na cidade. “Fomos para o mundo e voltamos para onde começamos, com outra estrutura e capacidade de comunicação”, comemora um dos fundadores, Gabriel Zandomênico.
Para entender esse salto, vamos voltar ao início da história. Gabriel morava em São Paulo e trabalhava num mercado (de consultoria) em que homens vestiam terno e gravata. Com um olhar empreendedor, enxergou ali uma oportunidade de oferecer um serviço moderno de alfaiate. Voltou para BH, juntou-se a três amigos e investiu todo o dinheiro que tinha na Social Tailor.
 
A marca se lançou com foco em camisa social. A equipe ia até os clientes para tirar as medidas e depois lançava os números em um software, que desenvolvia a modelagem. A peça era entregue em casa.

“Para além do produto, que fazíamos com muito capricho, oferecíamos comodidade e praticidade. O cliente tinha o serviço de alfaiate, mas com a experiência de e-commerce”, comenta.

calca e blazer linha maleavel oficina reserva
(foto: Victor Affaro/Divulgação)

Do dia para a noite, literalmente, um post de Gabriel Azevedo (hoje vereador em BH) acelerou sonhos e planos. Naquela madrugada de 2015, os sócios receberam e-mail de Rony Meisler, da Reserva, interessado em comprar a marca.
 
“Por coincidência, o Rony chegou numa época em que estávamos nos estruturando para buscar investimentos. Então, pensamos: a melhor oportunidade está aí. Ele é um investidor que conhece o negócio de moda”, conta Gabriel, relembrando a conversa com os sócios João Paulo Pesce, Artur Bretas e Felipe Siqueira (que depois se desligou da empresa).

Por um lado, os mineiros já percebiam que o executivo brasileiro estava cada vez menos social, parando de usar gravata e trocando camisa por camiseta debaixo do blazer. E aquela era a chance de realizar o sonho antigo de oferecer um guarda-roupa masculino completo.

Por outro lado, o carioca, que fazia uma moda colorida e extravagante, tinha dificuldade de vender looks mais básicos. “Vínhamos de extremos opostos, mas estávamos olhando para o mesmo lugar.”
 
terno linha maleavel oficina reserva
(foto: Victor Affaro/Divulgação)

A moda casual da Reserva e a moda social da Social Tailor se encontraram no meio do caminho e esse encontro deu origem à Oficina Reserva. A marca seguiu com o sob medida até 2020, quando decidiu investir em uma expansão territorial e de produtos.

Gabriel e companhia foram estratégicos: aplicaram o aprendizado de seis anos no novo modelo de negócio. “Pegamos todas as medidas que tínhamos, de quase 10 mil homens, e fizemos um megaestudo para chegar à modelagem mais perfeita possível.”
 
Para acompanhar a camisa social, eles desenvolveram um mix completo, com paletó, calça, bermuda, camiseta, jaqueta e sapatos. Em comum, atemporalidade, versatilidade, conforto e sofisticação, seja para ir a um casamento ou ficar em casa.

Fácil de combinar

A praticidade e a comodidade continuam a ser valores da marca, mas de outro jeito: os produtos combinam facilmente entre si e com qualquer roupa que o homem já tenha no guarda-roupa. Como diz Gabriel, dá para comprar de “olhos fechados”.
 
Quando falam que fazem roupa básica, eles querem dizer que são peças fáceis de vestir. Isso se reflete nas cores (preto, branco, azul, cinza são sempre protagonistas) e estampas (a ausência delas, na verdade – no máximo, aparece um xadrez quase invisível).

linha maleavel oficina reserva
(foto: Victor Affaro/Divulgação)

“Mais que isso, não tem nem a nossa logo estampada. Acreditamos que o produto tem que ser reconhecido pelo toque e pelo corte”, justifica.
 
A busca pelo básico também se reflete na modelagem. A marca privilegia peças essenciais, que são consideradas ícones do guarda-roupa masculino, faça sol, frio ou chuva. Entre elas, camisa social branca, camiseta preta e calça jeans.

“Uma parte relevante dos nossos produtos não sai de linha. Temos que ser porto seguro para o homem. O que fazemos sempre é nos atualizar e buscar melhorias.”
 
Aqui entendemos por que a Oficina Reserva é a marca masculina premium do Grupo Arezzo&Co. Continuamente, eles buscam as mais nobres matérias-primas nas melhores fábricas do mundo.

Como exemplo, algodão pima do Peru, algodão com elastano do Egito e cashmere da Mongólia.

Não satisfeita, a marca desenvolve tecidos próprios, como o moletom da sua icônica calça 247. “Demoramos um tempo para atingir a gramatura e elasticidade perfeitas. A calça tem costura de alfaiataria, corte de jeans e o conforto do moletom.”

Já a camisa social Paris ganha conforto (diga-se, não esquenta e tem elasticidade) com uma mescla de tricoline, poliamida (vinda do mundo esportivo) e elastano. A tecnologia acaba sendo uma importante aliada. “De básico não temos nada. Existe muita pesquisa e muita engenharia por trás de cada peça”, pontua.

Gás para a expansão

Há seis anos em solo carioca, os mineiros vêm absorvendo, dentro do Grupo Reserva, toda a expertise para operar uma marca de moda. A fusão com o Grupo Arezzo&Co, em outubro de 2020, tem ajudado a impulsionar a expansão.

“Os sonhos são os mesmos, mas agora temos mais combustível para alcançá-los”, diz. Desde então, a marca abriu cinco lojas no Rio de Janeiro e em São Paulo e este ano começou a se espalhar por outras cidades e estados, como Porto Alegre, Campinas, Brasília e BH.
 
campanha linha maleavel oficina reserva
(foto: Victor Affaro/Divulgação)

Gabriel não esconde a alegria de voltar à cidade onde tudo começou, e com duas lojas abertas em uma semana: uma no Diamond Mall e outra no BH Shopping. Alguns podem dizer que demorou, mas ele tem a sensação de que foi num piscar de olhos.

“Esperávamos voltar a BH com loja física desde o dia em que fomos para o Rio. Essa não era uma meta da empresa, era um objetivo nosso”, comenta o CEO, que diz ser “emocionante” voltar a atender os primeiros clientes (ele mesmo tirou medida de vários).
 
Pelo que eles conhecem dos mineiros, acreditam que terão saída as roupas mais leves e confortáveis. Gabriel, então, indica uma novidade: o conjunto de paletó e calça da linha Maleável, à base de viscose (muito usada na moda feminina) e elastano. “Brincamos que é um terno para quem não gosta de terno.” Na campanha, dizem que dá até para correr uma prova de 100 metros rasos.
 
Os sócios não querem ficar só com duas lojas em BH, não. Enquanto estudam o mercado da capital, apostam nas multimarcas para marcar presença no interior do estado (em seis meses, já abriram 50 pontos de vendas).

Em relação ao mix de produtos, o plano é desenvolver uma linha de roupas esportivas e aproveitar a integração com a Arezzo para investir em mais calçados.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)