Jornal Estado de Minas
Arte final

Festas juninas: 'êta trem bão´ pra economia brasileira, Uai!'


 
O Brasil está novamente em festa! E não tem nada a ver com o futebol. Mas, sim, com as comemorações que antes eram mais fortes nas Regiões Nordeste e Norte e identificadas com a população rural. Incorporadas aos grandes centros urbanos, as festas juninas e se espalharam pelo país e se tornou um grande negócio, impulsionado pela indústria da comunicação, que movimenta a economia brasileira do “Oiapoque ao Chuí.” 

RECORDE Este ano, as festas juninas devem ter umas das maiores movimentações econômicas e de público dos últimos anos. Só o Ministério do Turismo, uma das pastas mais importante neste período, os eventos devem movimentar mais de 26,2 milhões de pessoas e arrecadar cerca de R$ 6 bilhões pelo país. Um crescimento fantástico de 76% maior do que no ano passado, quando foram gerados mais de R$ 3,4 bilhões em retorno financeiro para os destinos nacionais.

LIDERANÇA NORDESTINA Nas duas principais festas juninas do Brasil - Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) - a estimativa é de mais de R$ 1,1 bilhão em arrecadação e de 5,7 milhões de pessoas curtindo os eventos. Em Mossoró (RN), a expectativa é que o público chegue a 1 milhão e que as festas no município injetem R$ 140 milhões na economia local. Já em Petrolina (PE) devem ser gerados R$ 275 milhões com a participação de 800 mil pessoas. Em Parintins (AM), o governo espera movimentar 100 mil pessoas e R$ 105,8 milhões.

UAÍ, SÔ!? Em Minas Gerais e outros estados, a expectativa também é de muito otimismo.
O governo mineiro espera dobrar a movimentação registrada no ano passado e chegar a 6 milhões de pessoas durante o mês. Com características bem específicas, a festa junina em Minas Gerais é entendida como “cultura raiz”, preservando características únicas do legítimo “caipira”. Entre essas tradições, destacam-se as religiosas, como procissões e o hasteamento de bandeiras em mastros próximos a igrejas, com imagens dedicadas aos Santos Antônio, João e Pedro.
 
Apesar da inflação, com registro de aumento médio de cerca de 70% em alguns produtos das tradicionais comidas típicas das festas juninas nos supermercados de Belo Horizonte, se comparado ao mesmo período de 2022, o varejo está bem otimista. O destaque são as empresas de gêneros alimentícios, uma vez que 40% têm impacto positivo em junho, especialmente agora na segunda quinzena, com as comemorações dos dias de São João (24) e São Pedro (29). A constatação é de uma pesquisa realizada pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, com o objetivo de identificar a expectativa dos empresários do setor, em Belo Horizonte, nesse período. De acordo com o levantamento, 65% deles esperam um volume de vendas igual ou superior ao do ano passado. 

AÇÕES PROMOÇÕES Para estimular os clientes, a maioria do empresariado (70,9%) investe em produtos típicos ao longo do mês e também na primeira quinzena de julho. Os principais artigos serão canjica (86,3%), amendoim (80,4%) e doces (51%).
Além disso, 45,8% pretendem oferecer promoções e liquidações, e 20,8% apostarão na propaganda para alavancar as vendas. 

ARRAIÁ DE BELÔ Um dos eventos mais emblemáticos para a cultura mineira e da Região Sudeste, o 44° Arraial de Belo Horizonte, promovido pela Prefeitura de BH, através da Belotur, vai estampar uma das marcas mais conhecidas dos mineiros no segmento supermercadista: a Rede de Supermercados BH, que irá apoiar financeiramente o evento. A empresa adquiriu a chancela ‘Apoio’ na cota ‘Anavantú’, de acordo com informações da PBH. 
 
CONTRAPARTIDAS A proposta da Rede de Supermercados BH foi de R$100 mil em verbas diretas. Entre as contrapartidas, disponibilizadas de acordo com a cota de patrocínio, estão: menção da marca em local destacado na Praça da Estação; ativação da marca no Concurso Prato Junino; realização de uma ação volante durante o período junino; execução de uma ação promocional em até 2 blitzen juninas; além de ações de comunicação.

CONCEITO O Arraial de Belo Horizonte é um evento da cidade que cresceu, ganhou visibilidade ao longo desses 44 anos e já foi considerado pelo Ministério do Turismo e pela Embratur como um dos cinco maiores destinos turísticos do período, ao lado de Bragança (PA), Campina Grande (PB), Corumbá (MS) e São Luís (MA). O festejo belo-horizontino foca em três grandes eixos: a apresentação das tradicionais quadrilhas da cidade, shows musicais, com artistas locais e nacionais, e diversas atividades gastronômicas, que são realizadas na Vila Gastronômica, sempre valorizando e alinhado com o título de Belo Horizonte como Cidade Criativa da Gastronomia da Unesco.
 
Estendida para dois (junho e julho) e até três meses, dependendo da região, a Festa Junina/Julina consagra o São João, que dá nome ao evento, e a dois outros santos: Santo Antônio e São Pedro. A festa de São João, no dia 24, comemora o nascimento de João Batista; já o Dia de Santo Antônio, 13 de junho, e o Dia de São Pedro, 29, marcam a data da morte dos dois santos. 
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