Em 7 de julho, celebramos o Dia Mundial do Biquíni, uma peça de roupa icônica que revolucionou a moda praia e se tornou um símbolo de liberdade e audácia.
Pesquisas históricas mostram, em alguns mosaicos romanos do século 4, mulheres usando duas peças de roupa bem parecidas com os primeiros trajes de banho criados séculos depois.
Outro fato relevante é que, até o final do século 18, as pessoas costumavam nadar usando suas roupas íntimas ou simplesmente sem nada, pois não sentiam a necessidade de trajes específicos para atividades aquáticas. Apresentado pela primeira vez em 1946, em uma piscina pública de Paris, o biquíni foi criado por Louis Réard e a primeira mulher a usá-lo foi Micheline Bernardini, dançarina de boates que posava para revistas, escolhida para usar o biquíni pois nenhuma modelo havia aceitado o convite.
Para a época, o modelo era extremamente ousado. Aparecer em público com uma peça tão pequena, que deixava o umbigo à mostra, era considerado vulgar. Como Réard sabia que sua invenção era, no mínimo, escandalosa para a época, decidiu estampar o primeiro biquíni com diversos jornais. Afinal, no dia seguinte de seu lançamento, a peça certamente seria manchete nos periódicos ao redor do mundo. Mesmo sendo proibido em vários países, como nos Estados Unidos. No Brasil, país tropical, de ideais mais liberais, coube a Jânio Quadros, então presidente, proibir seu uso em locais públicos. A roupa foi considerada vulgar e um atentado ao pudor.
Em 1951, a primeira edição do concurso Miss World, realizado em Londres, vetou o uso da peça. Outras competições acompanharam a tendência. Mesmo assim, nada impediu que o biquíni continuasse ganhando novas entusiastas. Uma das maiores responsáveis pela normalização e popularização do biquíni foi a atriz Brigitte Bardot, que apareceu usando um modelo em seu filme “E Deus criou a mulher”, rodado em 1956.
A famosa jornalista Diana Vreland (1903-1989), em um de seus artigos, o considerou “a invenção mais importante do século”. Proibido por Jânio Quadros, era usado desafiadoramente pela atriz Carmen Verônica, que arrastava multidões em frente ao hotel Copacabana Palace, quando aparecia usando o modelo batizado como “engana mamãe”. Mas foi apenas no século 20 que surgiram trajes de banho adequados para a praia e a piscina. A partir da década de 1950, os biquínis foram introduzidos e se popularizaram, trazendo um estilo mais curto, confortável e leve.
A história do biquíni não para por aí. Nos anos 70, o modelo estilo tanga começou a aparecer nas praias. Com calcinha mais cavada, cintura baixa e parte de cima menor, a peça se popularizou rapidamente. A prática entre as mulheres de enrolar a parte lateral do biquíni, deixando-o mais cavado, serviu de inspiração para a criação dos modelos asa-delta, que deram origem ao famoso fio dental, com uma proposta ainda mais ousada e sensual. Nos anos 1980, outros modelos como o sutiã cortininha e as calcinhas com laços laterais também foram ganhando espaço nas praias e piscinas ao redor do globo.
De acordo com um estudo realizado em 2021 pelo IEMI – Inteligência de Mercado, o setor de moda praia, com o setor de moda esportiva/fitness, produziu um total de 909 milhões de peças e movimentou cerca de R$ 29 bilhões. O Brasil desempenha um papel importante neste mercado, sendo um dos principais produtores e exportadores de roupas de banho e acessórios de praia.
A importância dessa moda chegou à Alemanha, onde foi criado um museu que expõe mais de 4 mil peças de biquíni. Nome que foi inspirado na Ilha Bikini, localizada nos Estados Unidos. A ilha era usada para testes com bombas nucleares e, segundo seu criador, sua invenção também era explosiva.
Com o passar dos anos, a indústria da moda de biquínis evoluiu significativamente, oferecendo uma ampla diversidade de estilos, cortes e tamanhos para atender às preferências e necessidades de diferentes tipos de corpos. Além disso, a sustentabilidade tornou-se uma preocupação central na indústria, com a utilização de materiais reciclados e práticas eco-friendly. E como a moda não pode parar, os lançamentos para as próximas temporadas de calor começam a aparecer.
Na Europa, a moda praia tende a ser mais discreta e elegante, com ênfase em cortes clássicos e tons suaves. Em contraste, no Brasil, a moda praia é mais ousada, colorida e sensual, refletindo a cultura descontraída e tropical do país.Essas diferenças também podem ser influenciadas pelas condições climáticas, praias e estilos de vida. específicos de cada região”, completa.
No Brasil, as últimas tendências são:
Biquínis de cintura alta:
Esses modelos têm ganhado popularidade por oferecer mais cobertura e conforto, ao mesmo tempo em que valorizam a silhueta feminina. São versáteis e se adaptam a diferentes tipos de corpos.
Biquínis com recortes e tiras:
Tendência que adiciona um toque moderno e ousado às peças. Os recortes
e tiras proporcionam estilo e podem realçar áreas específicas do corpo,de forma elegante.
Biquínis com estampas:
tropicais e florais
As estampas tropicais e florais:
são muito populares, refletindo o clima tropical do país. Elas trazem um visual vibrante, alegre e descontraído aos biquínis, combinando perfeitamente com o estilo de vida praiano brasileiro.
Biquínis de crochê:
Esses biquínis estão ganhando espaço na moda praia, oferecendo uma estética artesanal e boho-chic. Valorizados por sua aparência única e detalhada, eles adicionam um toque de estilo rústico e feminino.
Biquínis de estilo retrô:
Esses biquínis são caracterizados por cintura alta, estampas vintage e detalhes retrô. Eles são valorizados por sua elegância clássica e apelo sofisticado.
Biquínis minimalistas:
Esses modelos possuem cortes limpos e linhas simples, sendo apreciados na Europa. Cores neutras e tons pastel são comuns nesse estilo minimalista.