O mineiro Rodrigo Câmara é um artista de mil instrumentos. Começou na fotografia, registrando desfiles e lançamentos, depois desenvolve seu talento de designer. Estreitou relacionamentos e ganhou destaque quando criou e executou um grande tapete que percorreu o caminho desde o passeio até o final do foyer do Grande Teatro Palácio das Artes para um desfile do estilista Ronaldo Fraga. Desde então virou referência nesse trabalho, tendo assinado também o tapete do desfile no São Paulo Fashion Week. Já perdeu a conta de quantos tapetes de serragem colorida fez para as procissões de Ouro Preto, cidade natal de sua família. Apesar de ter nascido em Belo Horizonte, passou parte de sua infância na cidade histórica, e depois de adulto, decidiu estabelecer residência por lá, novamente, inclusive abriu uma filial de seu antiquário Casa Câmara e chegou a ser secretário Municipal de Turismo, Indústria e Comércio.
Agora, Rodrigo está com sua exposição EMM no Museu das Minas e do Metal Gerdau, uma celebração pelos 35 anos de fotografias e que terá, no próximo dia 31, às 19h, uma roda de conversa sobre “Bordado e Memória: fazeres patrimônio”, com Maria do Carmo Guimarães Pereira e mediação de Rodrigo Câmara.
A EXPOSIÇÃO O projeto de exposição e instalação conta a jornada de Rodrigo pela vida profissional e pessoal, por meio de fotografias, textos e objetos, em que as relações com íntimos e desconhecidos foram importantes agentes de construção das suas imagens, além de instrumentos formativos na transformação e construção de Câmara como pessoa. A exposição conta com mais de 30 fotos impressas e outras centenas no formato digital, que serão exibidas durante a mostra.
“As perdas, os ganhos, os amores e dissabores. A simplicidade, a humildade e a genialidade das pessoas. Histórias reais, que são relatadas em imagens, que falam sobre os outros e muito sobre quem eu sou. Essa exposição é uma homenagem aos que habitam minha mente, minha alma e passeiam em meu coração. A exposição carrega um debate sobre a existência humana, o papel que desempenhamos na vida alheia e o papel que desempenhamos em nossas próprias jornadas”, define Câmara, que começou na fotografia aos dez anos, quando ganhou de sua tia uma pequena câmera fotográfica.
Além do trabalho fotográfico exposto, os visitantes podem experimentar diferentes formas de interação com as obras: o mesmo café colhido e registrado em uma das fotografias poderá ser degustado em drinks e bebidas no café do MM Gerdau. Objetos pessoais de personagens retratados e tantos outros garimpados pelo fotógrafo também estarão expostos, criando uma proximidade lúdica entre os visitantes e as obras.
Câmara já circulou em exposição autoral com os projetos: Voyeur (instalação e exposição fotográfica com imagens captadas na Europa), NY for US (com foto instalação de fotos e áudios captados em Nova Iorque), além da série Estilos Eternos, onde apresenta série de fotos sobre os estilos Art Nouveau, Art Deco, Modernismo e Street Art. “EMME – memórias” traz acervo que conta história de anônimos e casos curiosos, como “Onde está Aristeu?”. Uma caixa de negativos fotográficos antigos que levam o fotógrafo para uma verdadeira máquina do tempo em busca de informações de um desconhecido. A mostra pode ser visitada até 10 de setembro, de terça a domingo, das 10 às 17h e, nas quintas-feiras, das 10 às 22h. O MM Gerdau é o prédio Roda da Praça da Liberdade. Entrada gratuita.
SANTOS DUMONT O novo projeto de Rodrigo Câmara é a exposição inédita em homenagem aos 150 anos de Santos Dumont, que foi inaugurada na última quarta-feira, no BH Shopping. Miniaturas de aeronaves, memorabilia do início do século 20 e réplicas de aviões de Dumont feitos de arame compõem o acervo.
Para homenagear o legado do pai da aviação, conhecido por ser o primeiro a colocar um avião no ar sem qualquer suporte – o famoso 14 Bis –, foi montada a exposição ‘Nas nuvens com Dumont: 150 anos do aeronauta’. A mostra, que revisita a trajetória deste importante nome da história brasileira e mundial, fica em cartaz até 17 de outubro no espaço Olhar BH Shopping, dedicado a exposições fotográficas, design e obras de arte.
Com curadoria do diretor de criação Rodrigo Câmara, o acervo da exposição contará com uma linha cronológica sobre as fases mais importantes da vida e carreira do aeronauta, além de uma seção especialmente dedicada a Henrique Lins de Barros, físico carioca considerado um dos maiores especialistas de Santos Dumont no Brasil e exterior, com vários livros e artigos sobre o aviador. Segundo Rodrigo, a mostra traz uma coleção de 15 miniaturas de aeronaves criadas por Dumont e reproduzidas manualmente por Henrique Barros, que foi fonte fundamental no processo de pesquisa para a montagem da exposição.
Um dos destaques de ‘Nas nuvens com Dumont’ são 17 aeronaves suspensas no teto da galeria – várias delas projetos do aviador – produzidas com dobraduras em arame pelo artista José Francisco Azevedo, mais conhecido como “Zé do Arame”. Algumas, incluindo a réplica do famoso Zepelim com o qual Dumont contornou a Torre Eiffel, em Paris, em 1901, chegam a 2,5 metros de comprimento.