Foi instaurado pela polícia civil inquérito para investigar a tentativa de homicídio sofrida no último fim de semana pelo vereador Luiz Acelino de Souza (PSDB), de Patis, a 483 quilômetros de Belo Horizonte, Norte de Minas. O suspeito do atentado é João Augusto Pereira Lima, secretário municipal de Agricultura de Patis, administrada pelo presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), Valmir Morais de Sá (PTB). O vereador afirma que o secretário tentou matá-lo somente porque ele faz oposição sistemática contra a administração municipal, o que foi negado pela assessoria do prefeito.
De acordo com Luiz Acelino, ele estava em um bar de Patis, na tarde de domingo, quando João Augusto Lima sacou um revólver calibre 32 e, do passeio, fez um disparo em sua direção. O vereador afirma que só não foi atingido porque se escondeu atrás de uma parede. O secretário municipal estava em companhia do seu filho, Genivaldo Sebastião.
A Polícia Militar foi acionada e prendeu João Lima e o seu filho, que foram levados para a delegacia de Mirabela (a 30 quilômetros de Patis). O secretário prestou depoimento, alegando que foi agredido pelo vereador e outras pessoas, e que "desferiu um tiro para o chão com o intuito de intimar os agressores". Ele e seu filho foram liberados logo em seguida. Nesta segunda-feira, o delegado de Mirabela, Célio Gomes Nogueira, informou que o inquérito para apurar o caso já foi aberto e que deverá ser concluído dentro de 30 dias.
"O motivo da tentativa de homicídio foi política", afirma o vereador Luiz Acelino, que, nesta segunda-feira, contratou um advogado em Montes Claros, com o objetivo de entrar com uma representação contra o assessor da prefeitura de Patis. Ele afirma que vem sofrendo perseguição só pelo fato de ser da oposição e cobrar da administração municipal a transparência na aplicação de recursos. O argumento de Acelino foi reforçado pelo vereador Edmundo Martins da Rocha (DEM, ex-PFL), que também integra a oposiççao em Patis. "Infelizmente, as informações solicitadas não são fornecidas ao Legislativo Municipal, que nunca consegue informações sobre a veracidade dos fatos. Não sabemos, por exemplo, como são gastos os recursos destinados à merenda escolar", relatou Edmundo.
Na tarde desse domingo, a reportagem não conseguiu contato com o prefeito Valmir Morais. Porém, assessora jurídica da Prefeitura de Patis, Beatriz Morais Correa, desmentiu que a tentativa de homicídio da qual o vereador foi vítima tivesse relação com denúncias contra a administração municipal.
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