Jornal Estado de Minas

Reencontro depois de 16 anos coloca esperança no lugar da dor

O reencontro da estudante Suelen Cardoso, de 19 anos, com a mãe biológica, a doméstica Maria de Fátima Cardoso da Silva, comoveu a fámila e amigos, que compareceram ontem ao Moto Clube de Taiobeiras, cidade com 29 mil habitantes, a 710 quilômetros de Belo Horizonte, no Norte de Minas. Elas estavam separadas há 16 anos. Suelen, que nasceu em Passos %u2013 com 105,5 mil habitantes, no Sudoeste de Minas %u2013, foi raptada aos 3 anos de idade pelo pai biológico, que se separou da mãe. Ele doou a menina para uma família de Taiobeiras. Considerado um homem violento, o pai morreu há três anos. Durante todo esse período, Maria de Fátima, que continua em Passos, travou uma grande luta na tentativa de localizar a filha. Suelen foi adotada pelo casal Aderval Carlos e Lucinda Carlos, de Taiobeiras. O casal tem filhos naturais e deu a Suelen todo afeto e carinho. Mas, ela sempre manteve as esperanças de rever a mãe biológica. O reencontro entre mãe e filha somente foi possível devido à investigação policial comandada pelo delegado de Taiobeiras, Marcos Pimenta. O delegado é natural de Passos e ao passar férias naquela cidade, em julho deste ano, tomou conhecimento da história de Maria de Fátima e do rapto de sua filha. A patroa da doméstica, Soelda, informou que haveria a possibilidade de Suelen estar no Norte de Minas. Com uma certidão de nascimento e uma foto da menina quando tinha 3 anos, Pimenta iniciou a investigação e acabou descobrindo Suelen em Taiobeiras. Maria de Fátima viajou 1 mil quilômetros de ônibus, de Passos até o Norte de Minas, junto com outros três filhos. Embora Suelen já tivesse conhecimento da localização da mãe, o reencontro foi uma surpresa. Para que ela não desconfiasse de nada, funcionários do serviço de assistência social da prefeitura convidaram a jovem para %u201Cuma entrevista de emprego%u201D no clube da cidade. Durante a %u201Centrevista%u201D, quem apareceu foi Maria de Fátima. Mãe e filha deram um forte abraço e choraram bastante. O reencontro foi testemunhado por cerca de 30 pessoas, que também não resistiram à emoção e às lágrimas. %u201CPassei muitos anos tentando achar a minha filha. Procurei por ela em Belo Horizonte, Varginha e outras cidades. Eu sabia que um dia iria encontrá-la%u201D, disse a mãe, com dificuldade para falar, devido à forte emoção. Suelen afirmou que sempre teve o sonho de encontrar com sua verdadeira mãe. %u201CPara mim, isso é uma obra de Deus%u201D, acredita. Para o delegado Marcos Pimenta, o reencontro de Maria de Fátima e Suelen %u201Cé uma prova de que aquelas pessoas que estão em situação semelhante, à procura dos pais ou de um filho desaparecido, nunca podem perder as esperanças%u201D. (com Diego Augusto, da TV Alterosa)



audima