O sucesso no tratamento do câncer infantil depende muito do tempo da descoberta da doença. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer, 70% das crianças acometidas pela doença podem ser curadas se diagnosticadas precocemente e encaminhadas a centros especializados. Considerando a importância do diagnóstico precoce, será feita em Montes Claros, no Norte de Minas, uma campanha de capacitação de médicos, enfermeiros, dentistas, agentes de saúde e técnicos que atuam em postos de saúde conveniados ao SUS. O objetivo é facilitar a avaliação de possíveis sinais da doença em crianças e encaminhá-las, imediatamente, para exames mais completos.
Na quarta-feira, será lançado o Projeto Articulando o Diagnóstico Precoce, pioneiro no país e que será coordenado pela Fundação Sara, entidade filantrópica que assiste crianças carentes acometidas com câncer de todo o Norte de Minas. Financiada pelo Instituto Ronald Mc Donalds, o projeto será desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estadual de Saúde e com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), contando ainda com a participação voluntária de médicos oncologistas, hematologistas e outros especialistas.
A aula inaugural do curso será no auditório da Sociedade Rural. O objetivo é a qualificação de 300 profissionais que atuam em postos saúde e integram as equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) de 30 bairros da cidade, a maioria nas regiões do Grande Santos Reis e do Delfino Magalhães. Até dezembro, os profissionais vão participar dos cursos de treinamento ministrados por especialistas.
Conforme a assistente social Rosana Pinto Soares, uma das coordenadoras do projeto, os participantes vão receber orientação sobre os principais sintomas da doença e os procedimentos que devem ser adotados para o diagnóstico mais seguro.
Atualmente, a fundação assiste 358 crianças. Na sede, além da hospedagem, elas recebem, gratuitamente, alimentação, medicamentos e atendimento psicológico, contando ainda com o serviço de transporte nos deslocamentos para exames e consultas. “Hoje, o percentual de cura das crianças que chegam à fundação é de 48%. Com o projeto de diagnóstico precoce, queremos chegar a 70%”, afirma Rosana Soares.
Ela lembra que o Norte de Minas é uma região de baixa renda e grande parte da população tem dificuldade de acesso à informação. Montes Claros é a única cidade da região com centros especializados para o tratamento da doença. Rosana lembra que é comum nos pequenos municípios as crianças serem levadas a postos de saúde durante três ou quatro meses, sem que o diagnóstico seja feito.
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