A demolição do prédio que abrigou durante décadas o Colégio Imaco, localizado No Parque Municipal Américo Renné Gianetti, na Região Central de Belo Horizonte, depende agora dos legisladores da cidade. O Projeto de Lei (PL) 1.832/08, de autoria do Executivo, em tramitação na Câmara, foi publicado ontem no Diário Oficial do Município (DOM). A proposta revoga a Lei 1.538, de 26 de setembro de 1968, que proíbe edificações na área de um dos locais mais freqüentados da capital e libera a derrubada do imóvel e a construção, no mesmo local, de uma arena.
O PL proíbe ainda qualquer tipo de construção que descaracterize o parque e permite a construção de um memorial comemorativo ao centenário da morte de Afonso Pena, numa área limite com a avenida de mesmo nome. Em abril, a associação de ex-alunos e ex-professores do Imaco conseguiu, na Justiça, a suspensão da demolição, alegando que a área é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). Mas a Gerência de Patrimônio Histórico Urbano de BH afirma que o prédio do colégio não faz parte do livro do tombo. O procurador-geral do município, Marco Antônio de Rezende Teixeira, recorreu e conseguiu decisão favorável à prefeitura.
A expectativa é de que as obras comecem ainda este ano para serem entregues em 2010. De acordo com a Prefeitura de BH (PBH), o local será transformado em um espaço de educação e cultura, para palestras, eventos, apresentações musicais e teatrais, exposição de fotos, quadros e outras obras de arte, além de uma biblioteca. Haverá palco ao ar livre e ambientes fechados. A edificação foi erguida em um dos primeiros lotes da cidade, no qual Aarão Reis e sua comissão fizeram um canteiro para as obras de construção de BH. A reforma faz parte do programa de revitalização do Centro. O imóvel deverá abrigar ainda os ensaios da Orquestra Sinfônica de BH.
A escola foi desativada e os alunos transferidos para um edifício onde funcionava um estabelecimento de ensino particular, no Bairro Lourdes, na Região Centro-Sul.