Alexandre trabalhava há cerca de um mês na linha de produção de uma fábrica de baterias no centro de Governador Valadares. Segundo a PM, na sexta-feira à noite um morador da Avenida Lisboa ligou para o 190 e informou que havia detido um desconhecido no quintal de sua casa Uma guarnição foi ao endereço e teve dificuldades para imobilizar Alexandre , que havia invadido outras residências no bairro. Depois, o auxiliar foi levado para o Hospital Municipal, onde, segundo os militares, teria tido uma crise nervosa.
Mas imagens do circuito interno de segurança do hospital mostram o auxiliar de produção com as mãos algemadas, tentando escapar dos policiais, que conseguiram imobiliza-lo. Instantes depois, ele foi posto em uma maca e levado para o setor de atendimento.
O atestado é a principal prova da família do auxiliar de produção para contestar a versão apresentada pela polícia. De acordo com o irmão da vítima, o administrador de empresas Raimundo Castro Filgueiras Filho, de 27, Alexandre sempre foi uma pessoa saudável e nunca demonstrou sinais de nervosismo. Na sexta feira, ele saiu de casa, na Avenida Piracicaba, na Ilha dos Araújos, em direção ao Bairro Grã Duquesa, onde pegaria ônibus da empresa onde trabalhava para entrar no turno da madrugada. “Naquele dia, o Alexandre estava escalado para trabalhar da meia-noite às 6 horas. Temos testemunhas que presenciaram o meu irmão apanhando de policiais. Inclusive um deles teria pisado na garganta para que ele não gritasse”, disse Castro.
Segundo ele, o principal interesse da família e descobrir o que aconteceu. “O Alexandre fez há um mês exame médico de admissão na empresa. Se fosse usuário de drogas ou tivesse problemas mentais, isso seria acusado no exame de sangue e ele não seria contratado. Nós queremos justiça”, desabafou. O corpo do auxiliar de produção foi enterrado na tarde de sábado no Cemitério Santo Antônio. Ele deixou duas filhas, de 1 e 3 anos, respectivamente.