Minas Gerais ainda não tem respostas sobre como reduzir a emissão de carbono em 80% até 2020. Para encontrar saída para o problema, será lançado nesta sexta-feira, às 16h, o Painel de Ciências do Clima do estado. Um grupo de pesquisadores de universidades federais e estaduais vai elaborar estratégias de ação contra o aquecimento global. O painel é um desdobramento da participação mineira na conferência mundial 2020 Climate Leadership Campaign (Campanha de Liderança Climática 2020, em inglês). “Ainda não temos respostas para combater o problema. Na sexta-feira, especialistas mineiros vão se reunir pela primeira vez para pensar medidas de adaptação para o estado”, afirma o secretário de estado de meio ambiente, José Carlos Carvalho.
As soluções para frear o aquecimento do planeta vão partir da análise do inventário de emissão de gases de efeito estufa (GEE), divulgado no ano passado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). De acordo com Carvalho, o primeiro passo dos pesquisadores será atualizar informações do inventário, que traz dados de 2005. Só depois será traçado o caminho para diminuir a emissão das substâncias que, pouco a pouco, transformam a Terra em um caldeirão de catástrofes.
A meta de reduzir emissão de carbono em 80% foi abraçada, nessa terça-feira, na abertura da campanha 2020, da entidade sem fins lucrativos State of The World Forum. A proposta antecipa em 30 anos o prazo estabelecido por vários países. A forma como alcançá-la está sendo elaborada pela cúpula das mudanças climáticas no mundo: são mais de 150 especialistas reunidos na conferência preparando uma plataforma de ação.
O secretário de meio ambiente afirma ainda que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) vai lançar um edital para financiar pesquisas focadas nas mudanças do clima. O reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e pós-doutor em metereologia agrícola, Luiz Cláudio Costa, vê com otimismo a criação do painel. “Aqui é uma excelente região para ser estudada. Temos áreas de zona árida, temperaturas baixas, rios, nascentes, agricultura e pecuária”, afirma Costa. Segundo ele, por falta de incentivo, pesquisadores mineiros estavam buscando parcerias em outros estados.
Além do Painel de Ciências do Clima, em um ano, Minas Gerais vai ganhar outra importante instituição para estudo de soluções do aquecimento global. A UFV vai inaugurar um Instituto de Mudanças Climáticas, Energias Renováveis e Economia Ambiental. O projeto, orçado em R$ 3 milhões, contará com apoio da Fapemig e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Costa afirma que o local reunirá estudos interdisciplinares, das áreas de ciências humanas, agrícolas e engenharias, muitos deles já em desenvolvimento. “Temos pesquisas que tentam ver os impactos do clima na agricultura, as energias renováveis, como o bioetanol e eólica. Outra linha pesquisa técnicas de plantio que emitam menos gases de efeito estufa”, explica Costa.
Termoelétrica
Em 2011, segundo José Carlos Carvalho, é a vez de Belo Horizonte receber duas usinas termoelétricas, que produzirão energia a partir do gás metano proveniente do esgoto e do lixo. Uma delas será instalada no aterro sanitário da BR-040 e outra na Estação de Tratamento de Esgoto do Ribeirão Arrudas (ETE-Arrudas). “A termoelétrica da ETE-Arrudas será capaz de produzir energia suficiente para alimentar a estação. Ela será auto-sustentável”, afirma Carvalho. Segundo ele, no estado, 95% da matriz energética é limpa, ou seja, não emite carbono. A principal fonte são as 49 usinas hidrelétricas. No entanto, a Cemig também tem investido em energia eólica. Recentemente, a empresa investiu R$ 240 milhões na compra de oito geradores de energia eólica no Nordeste do país.
Na conferência mundial Campanha de Liderança Climática 2020, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, reconhece a importância da meta de redução de 80% da emissão de carbono. Por outro lado, aponta ser difícil alcançá-la. “Os maiores responsáveis pela emissão, o grupo de países desenvolvidos estipulou 80% apenas em 2050. Mas o Brasil vai fazer sua parte, vamos cumprir todas as metas do Plano de Mudanças Climáticas, que será revisado em 2010”, comenta. Apesar do esforço brasileiro, os desafios do país para combater o aquecimento global continuam grandes. Relatório divulgado anteontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta aumento de 12,6% do desmatamento da Amazônia em 2008, em relação ao ano anterior. Minas abraça luta contra o aquecimento global. Assista:
As soluções para frear o aquecimento do planeta vão partir da análise do inventário de emissão de gases de efeito estufa (GEE), divulgado no ano passado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). De acordo com Carvalho, o primeiro passo dos pesquisadores será atualizar informações do inventário, que traz dados de 2005. Só depois será traçado o caminho para diminuir a emissão das substâncias que, pouco a pouco, transformam a Terra em um caldeirão de catástrofes.
A meta de reduzir emissão de carbono em 80% foi abraçada, nessa terça-feira, na abertura da campanha 2020, da entidade sem fins lucrativos State of The World Forum. A proposta antecipa em 30 anos o prazo estabelecido por vários países. A forma como alcançá-la está sendo elaborada pela cúpula das mudanças climáticas no mundo: são mais de 150 especialistas reunidos na conferência preparando uma plataforma de ação.
O secretário de meio ambiente afirma ainda que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) vai lançar um edital para financiar pesquisas focadas nas mudanças do clima. O reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e pós-doutor em metereologia agrícola, Luiz Cláudio Costa, vê com otimismo a criação do painel. “Aqui é uma excelente região para ser estudada. Temos áreas de zona árida, temperaturas baixas, rios, nascentes, agricultura e pecuária”, afirma Costa. Segundo ele, por falta de incentivo, pesquisadores mineiros estavam buscando parcerias em outros estados.
Além do Painel de Ciências do Clima, em um ano, Minas Gerais vai ganhar outra importante instituição para estudo de soluções do aquecimento global. A UFV vai inaugurar um Instituto de Mudanças Climáticas, Energias Renováveis e Economia Ambiental. O projeto, orçado em R$ 3 milhões, contará com apoio da Fapemig e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Costa afirma que o local reunirá estudos interdisciplinares, das áreas de ciências humanas, agrícolas e engenharias, muitos deles já em desenvolvimento. “Temos pesquisas que tentam ver os impactos do clima na agricultura, as energias renováveis, como o bioetanol e eólica. Outra linha pesquisa técnicas de plantio que emitam menos gases de efeito estufa”, explica Costa.
Termoelétrica
Em 2011, segundo José Carlos Carvalho, é a vez de Belo Horizonte receber duas usinas termoelétricas, que produzirão energia a partir do gás metano proveniente do esgoto e do lixo. Uma delas será instalada no aterro sanitário da BR-040 e outra na Estação de Tratamento de Esgoto do Ribeirão Arrudas (ETE-Arrudas). “A termoelétrica da ETE-Arrudas será capaz de produzir energia suficiente para alimentar a estação. Ela será auto-sustentável”, afirma Carvalho. Segundo ele, no estado, 95% da matriz energética é limpa, ou seja, não emite carbono. A principal fonte são as 49 usinas hidrelétricas. No entanto, a Cemig também tem investido em energia eólica. Recentemente, a empresa investiu R$ 240 milhões na compra de oito geradores de energia eólica no Nordeste do país.
Na conferência mundial Campanha de Liderança Climática 2020, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, reconhece a importância da meta de redução de 80% da emissão de carbono. Por outro lado, aponta ser difícil alcançá-la. “Os maiores responsáveis pela emissão, o grupo de países desenvolvidos estipulou 80% apenas em 2050. Mas o Brasil vai fazer sua parte, vamos cumprir todas as metas do Plano de Mudanças Climáticas, que será revisado em 2010”, comenta. Apesar do esforço brasileiro, os desafios do país para combater o aquecimento global continuam grandes. Relatório divulgado anteontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta aumento de 12,6% do desmatamento da Amazônia em 2008, em relação ao ano anterior. Minas abraça luta contra o aquecimento global. Assista: