A cada toque do telefone, o coração da dona de casa Aparecida Almeida Paiva, de 45 anos, bate mais forte na esperança de que a chamada traga notícias da filha, a universitária Natália Cristina de Almeida Paiva, de 27, desaparecida desde o dia 7. Ao lado dos outros três filhos, ela passa o dia rezando para que a estudante de direito da PUC de Betim seja encontrada, assim como ocorreu com a jovem Tauanny Medeiros Cavalcanti, de 18 anos, que, depois de quatro dias, apareceu em uma boate em São Paulo. "Espero que seja só um susto e que a minha filha volte para casa, alegre como sempre esteve", diz a mãe.
O desaparecimento da universitária, que dura 14 dias, intriga a polícia. Natália foi vista pela última vez ao sair de carro de casa, no Bairro Santa Margarida, no Barreiro, em Belo Horizonte, na manhã do dia 7, quando ia para a faculdade em Betim, onde cursa o 1º período de direito. Depois da aula, ela seguiria para o estágio em uma imobiliária da cidade. "Seria o primeiro dia de trabalho dela, estava muito feliz e não tinha motivo algum para sumir sem dar notícias. Aliás, esse nunca foi o seu comportamento, sempre esteve muito ligada à família", comentou Aparecida, que não perdeu as esperanças de encontrar a filha viva. "Não tinha inimigos. Havia retornado para Belo Horizonte há pouco tempo e ficava mais em casa com os filhos", afirmou. A estudante têm uma filha de 3 anos e um menino de 9.
Natália mudou-se de São Paulo há cinco meses. Na capital paulista manteve, por quase cinco anos, um relacionamento com um homem cujo nome é mantido em sigilo.
Aparentemente tranquilo, o relacionamento terminou porque a jovem manifestou o desejo de voltar para Minas e ficar perto da família. "O rapaz tem nos ligado e, como nós, ele está muito preocupado com o que ocorreu. Não temos nenhum suspeito e não dá para saber o que aconteceu", lamentou.
Até agora, as poucas informações que a polícia tem sobre o caso são do carro da estudante, encontrado perto da casa dela um dia depois do desaparecimento, na Região do Barreiro. O carro estava sujo de barro e com leves amassados no para-choque. A mochila e os documentos da moça estavam dentro do veículo. Já a carteira de motorista e o telefone celular não foram encontrados. "A gente fica na expectativa. Desde o dia em que ela sumiu, não consigo dormir. Só peço a Deus que ajude a encontrar a minha filha. A dor que estou sentindo é muito grande", emocionou.
O delegado Edson Rezende, chefe da Delegacia de Crimes contra a Vida de Belo Horizonte, voltou a afirmar ontem que nenhuma hipótese, nem mesmo de a jovem ter sido assassinada, está descartada e preferiu não dar detalhes sobre a investigação, para não comprometer as investigações. "O que posso dizer é que estamos empenhados nesse caso. Não há muitas informações sobre o desaparecimento", concluiu.
Adolescente
Uma adolescente de 16 anos, que saiu de sua casa em Betim no começo do mês passado, foi localizada ontem por policiais civis , em João Pinheiro, no Noroeste de Minas. Ela estava em um imóvel alugado por um homem que se identificou como pastor de uma igreja e que chegou a morar com a família da jovem. A garota, estudante do ensino médio, saiu de casa em 1º de setembro, depois de um desentendimento familiar e deixou um bilhete justificando seus atos. Sua mãe procurou a polícia, que conseguiu rastrear as ligações telefônicas e mensagens enviadas pela internet.