A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) esclareceu na terça-feira as causas do acidente na rede elétrica no Bairro Goiânia, na Região Nordeste de Belo Horizonte, que provocou, na noite de segunda-feira, a morte da dona de casa Terezinha Teixeira de Souza, de 54 anos, durante um temporal. Segundo perícia feita pela própria empresa, a taquara de uma pipa, que estava presa entre os cabos de alta tensão, teria provocado um curto-circuito na rede, causando o rompimento de um cabo onde passavam 13,8 mil volts.
Sobre a demora no atendimento da chamada – os técnicos levaram 5h35 para atender a ocorrência –, o diretor de Distribuição, Fernando Henrique Schuffner, justificou que no dia da tempestade foram registradas mais de 600 ocorrências de fios da rede elétrica partidos e não houve como evitar a descarga que matou a dona de casa. "Trabalhamos com mais de 500 eletricistas naquele momento, mas o volume de chamadas era muito grande e não tivemos como atender todos os casos num tempo menor", explicou. Ainda segundo ele, a Cemig se comprometeu a prestar toda ajuda necessária à família da vítima.
Terezinha morreu eletrocutada depois de pisar no fio de alta tensão. Ela chegou a ser socorrida por uma equipe de resgate, mas teve o corpo todo queimado. De acordo com testemunhas, a dona de casa levou o choque quando estava a caminho da casa de uma amiga, num aglomerado na Rua Cinco, perto do ponto final do ônibus da linha 5503. Segundo a Cemig, a primeira chamada informando o rompimento do cabo que provocou a morte de Terezinha ocorreu às 16h05. Uma segunda chamada foi atendida às 19h22, mas o desligamento da rede só ocorreu às 21h40, uma hora e meia depois da morte de Terezinha.
“O cabo partiu não por causa de uma emenda mal feita na rede, como foi levantado. Naquela região a incidência de pipas presas à fiação é enorme, mas considero o fato uma fatalidade. No horário das chamadas, tivemos um trânsito extremamente complicado e mais de 600 ocorrências daquele tipo, que são a nossa prioridade, porque representa extremo perigo à vida", explicou Fernando Schuffer. O corpo da dona de casa foi enterrado no fim da tarde de terça no Cemitério Terra Santa em Sabará.
Sobre o temporal de segunda-feira, o diretor de distribuição da Cemig informou que 108 mil consumidores ficaram sem luz na capital durante a forte chuva. No período, foram registradas mais de 840 descargas atmosféricas e ventos de 77,4 km/h. "Foi um fenômeno muito maior do que os já registrados em anos anteriores", observou Schuffer. Até o fim da tarde de terça-feira, pouco mais de 2 mil consumidores ainda estavam sem energia na capital.