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Estado de Minas

Estudantes questionam prova do Enade em BH


postado em 21/11/2010 19:30

Protestos, atrasos e eliminações por falta de documentos marcaram a edição de 2010 do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), em Belo Horizonte. As provas foram aplicadas em mais de 1.300 municípios brasileiros, na tarde deste domingo, e os estudantes que não se submeteram a elas não poderão retirar seus diplomas. Por esse motivo, a estudante de medicina da Faculdade de Medicina de Barbacena, Thaciana Abreu Machado, de 25 anos, não conseguia conter as lágrimas por ter perdido o teste. Ela forma no 1º semestre de 2011 e, apesar de ter chegado à Escola Estadual Pedro II, no Centro da capital, com vinte minutos de antecedência, foi impedida de participar do Enade porque perdeu os documentos de identificação no caminho.

A garota conta que deu falta da carteira de identidade e de habilitação no local de prova e ainda voltou em casa para procurá-los, como não as encontrou, decidiu voltar, levando um xerox da carteira de identidade, e explicar o ocorrido à coordenação. “A demora foi tanta que só depois de um tempo liguei para meu irmão trazer meu passaporte. Isso aqui está tão desorganizado quanto o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A coordenadora que conversei teve que ligar para outras duas coordenadoras para somente depois me dizer que eu não poderia fazer as provas, porque senão teriam que cancelar um exame nacional por minha causa. Ela disse que poderia fazer o Enade do ano que vem”, diz.

Thaciana Machado ressalta que foi retirada do prédio às 13h e, quatro minutos depois, o irmão dela chegou com o passaporte. Na opinião dela, a coordenação poderia ter se sensibilizado, deixando-a resolver as questões até a chegada do documento oficial com foto, por se tratar de um imprevisto. “Isso vai atrasar minha vida em seis meses”, lamenta. A indignação também tomou conta da estudante de direito da UNA, Aline Beatriz Cupertino, de 29. Segundo ela, o Ministério da Educação (MEC) a convocou para verificar seus conhecimentos em comunicação social, curso que ela abandonou em 2005.

“Acho que o MEC deveria ter um cadastro mais atualizado. Isso mostra o descaso do órgão com os estudantes em geral. São problemas graves e, para demonstrar minha insatisfação, escrevi uma redação na folha de respostas e preenchi o gabarito só para constar. Essa foi minha forma de protestar. Fiquei apenas um minuto dentro da sala”, relata Aline. O estudante de medicina da Faculdade de Ciências Médicas, Pedro Couto Godinho, de 23, está concluindo o curso e afirma que não gastou muito tempo com o teste. “Estou no sexto ano e acredito que a prova de conclusão de curso nos avalia melhor. Esse exame não acrescenta nada para os estudantes”, dispara.

Inadequada

Para o estudante de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Pierre Luis, a prova não é adequada para verificar os conhecimentos dos alunos ingressantes, uma vez que é a mesma aplicada a quem está concluindo o curso. Ele frisa que é contraditório testar conhecimentos que não foram apresentados aos alunos. “É uma falta de respeito. Fiz toda a prova de conhecimentos gerais, que estava tranquila e bem feita. Ela testava leitura, interpretação e síntese de conteúdos. Por outro lado, como protesto, marquei letra C em toda a parte específica, pois ela cobrava apenas clínica médica, conteúdo que ainda não tive acesso”.

Conforme a estudante de marketing da Faculdade Pitágoras, Agda Verônica Alves Ferreira, de 26, o Enade foi mal organizado, porque a prova feita por ela, que estava irregular, foi somente de conhecimentos gerais. “Sem questões específicas não se avalia o ensino da faculdade”, reclama. O administrador Alfredo Henrique Rodrigues dos Santos, de 26, teve que esperar seis meses para regularizar sua situação junto ao MEC. “No ano passado perdi o exame por falta da identidade. Minha sorte foi que já atuava na área e a falta do diploma não interferiu na minha profissão. Fui até promovido.

Porém, como a prova é elaborada, não vejo sentido nela. Parecia mais uma pesquisa, que poderia ser feita nas próprias faculdades”, opina. Ao todo, 650.066 alunos do ensino superior de todo o país foram convocados para testarem seus conhecimentos no Enade 2010, que é obrigatório para ingressantes e concluintes de 14 cursos de bacharelado e outros cinco cursos superiores de tecnologia. Em Minas Gerais, foram 47.764 convocações. O percentual de ausência no exame não foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Segundo o órgão, o Enade transcorreu em clima de tranquilidade e não foi registrada nenhuma ocorrência grave durante a aplicação dos testes. As provas e os gabaritos serão divulgados nessa terça, no site www.inep.gov.br.


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