Dados do Levantamento de Índice Rápido de Infestação (LIRA), divulgado nesta quinta-feira pela Secretaria de Saúde de Minas (SES), apontou o crescimento de 66,7% do risco de ocorrências de surtos ou epidemias de dengue nos municípios mineiros monitorados. Ipatinga, Timóteo e Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, estão entre as cidades onde o ambiente apresenta maior risco de contaminação. Até hoje, já foram registrados 8.509 casos da doença. Uma morte está confirmada, de um menino de 5 anos, em Januária, Norte do estado, por complicação da doença. Outro óbito, por febre hemorrágica, está sob investigação.
Em 2010, o LIRA foi realizado em 27 municípios mineiros, 57 a menos que este ano, no qual o levantamento já apurou que 32 cidades apresentam índice de infestação de risco para ocorrência de surtos ou epidemias. Nas três principais cidades da Região Metropolitana do Vale do Aço, o crescimento do índice de infestação é preocupante: em Ipatinga, de 2,8% no ano passado, o índice pulou para 7,7%; em Timóteo pulou de 2,3% para 6,2%; e em Coronel Fabriciano o aumento foi de 3% para 5%.
Na capital o LIRA aponta redução do índice, de 4,1% para 3,8%, o que deixa Belo Horizonte na condição de “infestação de alerta”. A SES destaca, porém, que os números do levantamento sugerem para o ambiente de risco, e não refletem um quadro efetivo de transmissão da doença, já que medidas de combate têm sido adotadas nos locais críticos.
“Ano passado tivemos mais de 260 mil casos notificados, cerca de 1.100 graves e 105 óbitos. Essa é agora uma agenda não só da saúde, mas do governo estadual. O governador determinou, inclusive com a edição de documentos legais, como o decreto, que todos os órgãos da administração estadual estarão juntos no combate à doença", garantiu o secretário Antônio Jorge.
As chuvas do segundo trimestre, antes do período de seca, normalmente contribuem para um crescimento histórico dos casos da doença. “O ovo do mosquito pode ficar até 450 dias no seco sem que isso comprometa seu desenvolvimento. Basta uma pequena chuva que gere um acúmulo de água e a larva terá condição de se desenvolver. É necessário uma mudança de comportamento do cidadão para eficácia no controle do mosquito. As pessoas sabem o que fazer, mas metade delas não elimina focos que estão dentro de casa. Precisamos do engajamento, da mobilização social”, convoca o secretário.