Carnavalesco da Canto da Alvorada supera a dor para a escola fazer bonito na avenida

Nem mesmo com o ombro direito quebrado, o artista plástico e carnavalesco da escola de samba Canto da Alvorada, Ernandes Alves, de 39 anos, deixou de mostrar toda sua garra pela agremiação no carnaval de 2010. Ele conta que, como é destro, aprendeu a trabalhar com o braço esquerdo ainda durante os preparativos para o desfile.

“Na primeira semana, depois que quebrei o ombro, fiquei ansioso e senti muita dor. Porém, não podia parar. Meu esforço foi uma prova de amor à escola. Consegui entregar tudo na data certa e isso, mais que a sensação de dever cumprido, foi uma realização. Não tenho palavras para explicar o resultado dos trabalhos, que foi maior que o esperado”, ressalta.

Para o artista plástico, o carnaval é uma grande obra, que não cabe em tela alguma. Ele afirma que sempre gostou da folia carnavalesca e agora, para se dedicar totalmente à Canto da Alvorada, até dispensou os clientes. Ernandes desligou seu telefone comercial, que só será religado na quarta-feira de cinzas. A dedicação é tanta que o carnavalesco até se mudou para um dos barracões da escola. “Tenho, em média, cinco horas de descanso. Mesmo assim, quando deito para dormir, fico pensando no que pode ser feito para o desfile até que o sono apareça”, diz.

Segundo ele, a família e a namorada entendem a ausência e apostam no resultado do trabalho. “A festa no Centro atrairá o público, dará mais visibilidade às escolas e incentivará a iniciativa privada a investir”, acredita.