A Secretaria de Estado de Saúde (SES) aposta na velha máxima de que a união faz a força e planeja, até o fim do ano, atingir a participação integral das 853 cidades mineiras em consórcios intermunicipais de saúde (CIS). Atualmente, cerca de 80% dos municípios já integram esses grupos de cooperação, num total de 63 associações entre 689 cidades, o que torna Minas Gerais o estado com o maior número de consórcios no país. O segundo lugar, Paraná, tem 24. A essência da iniciativa é simples: resolver, juntos, problemas que dificilmente um só município teria condições de superar, como as consultas especializadas, além do atendimento de urgência e emergência.
Apesar de reconhecer que Belo Horizonte e demais cidades-polo do estado carregam nos ombros a sobrecarga de pacientes vindos do interior, o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, afirma que os CIS são um bom caminho para enfrentar esse desafio. “Na saúde, esses consórcios coincidem com uma grande necessidade, pois há muitos exames e diagnósticos que exigem uma escala populacional expressiva. Minas tem mais de 500 municípios com menos de 10 mil habitantes e nem todos têm condição de ter um ultrassom nem de, por exemplo, pagar um oftalmologista. Ao se unirem, eles conseguem resolver problemas comuns”, afirma.
Embora reconheça a importância dos consórcios, os secretário municipal de Saúde de Montes Claros, no Norte do estado, Geraldo Edson Souza Guerra, afirma que a cidade ainda fica muito sobrecarregada com o atendimento dos vizinhos. “Houve melhora, mas, por sermos um polo, há muita procura, principalmente pela emergência e urgência. Há pontos de estrangulamento também nas cirurgias e em áreas especializadas, como oftalmologia e neurologia”, ressalta. “Seria importante que outros centros, como Pirapora, Brasília de Minas e Taiobeiras, também tenham a estrutura reforçada.”