Jornal Estado de Minas

Bloco do Trema na Línguiça abre a temporada de festas de BH

Márcia Maria Cruz

A Academia Brasileira de Letras não imaginava que a reforma ortográfica fosse cair nas graças do povo. É bem verdade que muita gente não faz a mínima ideia quando usar o acento agudo ou hífen, mas os foliões belo-horizontinos sabem muito bem onde colocar o trema. Mesmo tendo sido banido da língua portuguesa, o sinal, esquecido muitas vezes, foi resgatado no ano passado para dar nome ao bloco carnavalesco Trema na Linguíça, que abriu neste sábado a temporada de festas em Belo Horizonte.

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Com irreverência, foliões de todas as idades aproveitarm para reafirmar que pelo menos na palavra linguiça o sinal fica. Liderados pelo jornalista Durval Guimarães, de 62, o médico Carlos Eduardo Coelho, de 47, o empresário Márcio Lamego, de 44, e o advogado Guilherme Torres, de 49, o bloco pôs centenas de foliões na Savassi, Região Centro-Sul da capital, na tarde ensolarada deste sábado. Também à tarde, os foliões deram um grito de carnaval na feira da Rua Bernardo Monteiro, no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste.

Com apenas dois anos, o bloco tem cara de tradição, como se, há muitos anos, fizesse parte da festa na capital. A explicação para tamanha identificação está no fato de os fundadores serem foliões de carteirinha. Formada há 30 anos, a turma brinca o carnaval de Olinda com o bloco Fudidos, porém unidos. Por muitos anos, o lugar foi uma embaixada da capital mineira em um dos maiores carnavais de rua do mundo. “Há 26 anos uso essa fantasia no Carnaval de Olinda, com o Trema enfim pude usar aqui em Belo Horizonte”, comemorou o engenheiro Romerito Solha, de 55.

 

Aos poucos os belo-horizontinos vão se entregando à momo. É bem verdade que os seguranças que acompanham da Corte Momesca ainda não entraram no clima literalmente. Mas quem sabe até o carnaval, eles não troquem o terno preto por uma roupa mais leve.