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Estado de Minas

Policiais militares entram em conflito com moradores do Aglomerado da Serra

Uma menina de cinco anos foi baleada na perna e um homem foi atingido na boca


postado em 20/02/2011 21:24 / atualizado em 20/02/2011 22:16

Um conflito grave entre os moradores do Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte e policiais militares deixa ao menos três pessoas feridas, uma menina de cinco anos que foi baleada na perna e dois homens. Segundo as

primeiras informações, cerca de 150 moradores realizavam uma manifestação na noite deste domingo, quando entraram em confronto com a PM. Três pessoas foram presas.

A manifestação é em protesto a morte do filho e o irmão de um policial que morreram durante troca de tiros com militares na madrugada de sábado, na Vila Marçola, dentro do Complexo do Cafezal. A No entanto, moradores do local dizem que os dois foram sumariamente executados. As mortes revoltaram a comunidade e dois ônibus foram queimados como forma de protesto, ainda no sábado.

No enterro deles realizado na tarde deste domingo, no Cemitério da Saudade, milhares de pessoas compareceram e entoaram gritos de justiça. Várias pessoas procuraram os jornalistas para denunciar vários abusos de autoridade cometidos por militares na região.

Novos confrontos

Uma manifestação inicialmente pacífica, apoiada pela Igreja do bairro, tomou conta da Praça Cardoso, no Bairro Serra, no final da noite deste domingo, após o funeral. Segundo fontes, os manifestantes agrediram os militares que reagiram com tiros para o alto. Mais de 50 tiros foram disparados, segundo fontes que estavam no local. Foram usadas ainda balas de borracha e de efeito moral.

Uma criança de cinco anos que brincava de bicicleta foi atingida por estilhaçoes de bala na perda.  O pai da criança, o chaveiro Adriano Santos, disse que o ferimento da filha era leve, mas que ela ficou assustada: “Ela está chorando muito e me perguntando o tempo todo se iria morrer”.  Um manifestante foi atingido na boca por uma das balas. Parentes de dois homens que foram presos, identificados como Elias Moisés e Roberto Luiz, disseram que militares os ameaçaram de morte. 

Em retaliação, moradores jogaram pedras nos policiais e um micro-ônibus foi queimado. Ainda segundo fontes, cerca de 20 viaturas estão fechando as saídas da praça. Centenas de policiais do 1º, 16º e 22º batalhões, além de integrantes do Batalhão Rotam, todos fortemente armados, ocupam pontos estratégicos do morro. O major Luís José Francisco Pires, do 22º Batalhão da PM, informou que a comunidade começou a jogar pedras nos policiais. “Agimos apenas de forma preventiva”, garantiu o oficial.


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